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UFSM oferta disciplina para capacitar alunos em mobilidade elétrica

A ideia partiu da professora Luciane Canha, considerada uma das mulheres mais influentes na mobilidade mundial



A mobilidade elétrica já é uma realidade no Brasil. Segundo a Plataforma Nacional da Mobilidade Elétrica (PNME), uma frota de 40 mil veículos eletrificados circula no país, o que representa 0,03% do total em território nacional. Ciente deste cenário, a UFSM passou a ofertar, ainda no segundo semestre do ano passado, a disciplina de Mobilidade Elétrica.

A cadeira, que é optativa, foi incorporada às demais da grade curricular do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE) da universidade, e ministrada pela primeira vez entre os meses de agosto e dezembro de 2020, com carga horária total de 60 horas, exclusivamente para alunos do PPGEE. Envolve uma vasta gama de assuntos da área, em especial aspectos relacionados à infraestrutura de recarga, como tipos de carregadores, plugues e características técnicas, além de impactos das recargas na rede elétrica, matriz energética limpa e baixo impacto no meio ambiente.

Devido à pandemia, o desenvolvimento das atividades se deu de forma totalmente remota, via Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (Rede), adotado pela universidade durante o período de crise sanitária. A ideia, segundo a professora Luciane Canha, que estreou a oferta da disciplina na UFSM, surgiu após a participação em um evento da área.

“A disciplina foi criada a partir de uma capacitação de que participei, para docentes, voltada às energias do futuro”, lembra Luciane, que considera a iniciativa um sucesso, uma vez que na primeira turma já houve grande adesão, com 33 alunos matriculados.

A professora é uma pesquisadora e referência na área. Ela já participou de diversos congressos e atividades internacionais e em outros estados do país. Recentemente, recebeu destaque internacional ao figurar entre as 21 mulheres mais influentes em mobilidade pelo projeto Influential Women of Mobility (Mulheres Influentes da Mobilidade), que é promovido pela Vulog – instituição de tecnologia referência em mobilidade sustentável no mundo – e também tem por objetivo proporcionar e destacar maior equidade de gênero na área. No ranking, também constam a vice-presidente da Hyundai, Olabisi Boyle, e a vice-presidente da Renault, Clotilde Delbos.

O evento de capacitação para docentes ao qual a professora se refere foi organizado pelo grupo alemão Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, que realiza projetos com diversos atores de instituições de ensino superior no país e do mercado produtivo. O grupo tem feito uma série de capacitações no Brasil, visando a desenvolver o ramo.

Roberta Knopki é coordenadora das capacitações do grupo GIZ no Brasil, e conta que que os eventos visam, dentre outras coisas, a debater as transições energéticas para um sistema mais digital, moderno e sustentável.

“As capacitações são ministradas pela iniciativa Profissionais para Energias do Futuro, que é parte do projeto de cooperação técnica entre o Ministério de Minas e Energia (MME) e GIZ Sistemas de Energia do Futuro. O objetivo da iniciativa é ampliar a oferta de cursos e conteúdos relacionados a energias renováveis e eficiência energética em instituições de ensino, de acordo com a demanda do setor, para que os futuros profissionais estejam melhor qualificados”, explica Roberta.

Qualificação essa que o engenheiro elétrico Aerton Medeiros, que concluiu mestrado na área e hoje faz doutorado, sob a orientação da professora Luciane, buscou ao procurar a disciplina no ano passado. Para ele, a cadeira agrega não só ao currículo dos profissionais, mas também à sociedade como um todo.

“A oferta de uma disciplina com esta temática pelo programa de pós-graduação foi observada por mim como uma possibilidade única para desenvolver novas habilidades e conhecimentos neste assunto, que tem tanto potencial para impactar as nossas vidas tanto quanto o desenvolvimento da internet impactou”, compara Aerton.

Em junho do ano passado, a UFSM recebeu o primeiro carro elétrico para pesquisas na área de eletromobilidade. Além disso, o campus sede da universidade conta com um eletroposto para recarga rápida de carros 100% elétricos, fatores que contribuem para os estudos e o avanço das atividades desta disciplina e outras semelhantes. Segundo a professora Luciane, a cadeira deve ser ofertada novamente no primeiro semestre de 2022.

Texto: Wederlei Pires, acadêmico de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

Edição: Lucas Casali

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