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Dinossauros escavados e estudados por pesquisadores da UFSM são os mais antigos do mundo conforme o Guinness World Records

Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia obtém mais um reconhecimento internacional



Crânio do Buriolestes (Foto: Rodrigo Temp Muller)

A região central do Estado do Rio Grande do Sul é conhecida mundialmente pelo impressionante registro fossilífero. Rochas do Período Triássico (entre 250 e 200 milhões de anos atrás) afloram em beiras de estradas, lavouras e açudes. Dentre os diversos esqueletos fossilizados encontrados nestas rochas, alguns dos que mais chamam a atenção são os de dinossauros. Isso se dá não apenas pela extraordinária preservação, mas principalmente pela idade, a qual faz deles os mais antigos do mundo, com cerca de 233 milhões de anos. Este fato foi reconhecido na semana passada pelo Guinness World Records, tornando as rochas gaúchas as detentoras do recorde de abrigar os mais antigos dinossauros já descobertos. O pedido de reconhecimento foi enviado pelo divulgador Ciro Furtado Cabreira, aliado a um grupo de pesquisadores da área.

Cerca de meia dúzia de espécies já foram escavadas a partir das rochas recordistas do Brasil. Esses dinossauros têm entre 1,50 e 3 metros de comprimento, andavam sobre as patas posteriores e eram carnívoros. Embora muito menores do que os famosos dinossauros dos filmes, os dinossauros gaúchos foram os precursores de toda a história evolutiva do grupo, posteriormente dando origem a todos os outros dinossauros que vivem no imaginário de crianças e entusiastas.

Escavação em Agudo (Foto: Janaina Dillmann)

Os municípios gaúchos com os principais registros dos dinossauros mais antigos do mundo são Santa Maria, São João do Polêsine e Agudo. As primeiras descobertas de dinossauros nestas rochas foram publicadas em 1999, com a descrição do Saturnalia tupiniquim, de Santa Maria. Mais recentemente, uma série de novos achados têm sido realizados pelo Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, da Universidade Federal de Santa Maria (Cappa/UFSM). O centro, que fica localizado no município de São João do Polêsine, é o resultado de uma ação que teve início através dos esforços do Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia (Condesus).

Nos últimos anos, centenas de fósseis já foram escavados pela equipe do Cappa/UFSM. Embora muitos fósseis correspondam a materiais fragmentários, alguns se tratam de esqueletos fósseis muito bem preservados, incluindo os primeiros dinossauros completos a serem escavados no Brasil. Os resultados dos estudos do centro de pesquisa da UFSM têm alcançado repercussão mundial e impactado o que se conhece a respeito da origem dos dinossauros. Alguns dos estudos publicados pelo Cappa/UFSM chegaram a ser noticiados nos maiores jornais do mundo, como o The New York Times, e também em meios especializados, como a National Geographic.

Paleontólogo Rodrigo Temp Müller com esqueleto de Buriolestes

Atualmente, o Cappa/UFSM tem projetos em andamento financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Os projetos têm como objetivo encontraram e escavar novos fósseis através de expedições paleontológicas na região, como também investigar eles através do uso de tecnologias avançadas, como tomografias. Além de uma equipe de paleontólogos, o Cappa/UFSM conta com alunos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal da UFSM, que realizam suas pesquisas de mestrado e doutorado com os fósseis da região sob a supervisão dos paleontólogos do centro.

Por meio destas ações, as descobertas e as pesquisas paleontológicas realizadas no Estado do Rio Grande do Sul tendem a crescer cada vez mais. Mesmo sendo um país em que a ciência ainda é pouco valorizada, o Brasil vem ganhando destaque no mundo através das pesquisas aqui realizadas. O recorde de país com os mais antigos dinossauros do mundo é fruto do esforço de gerações de paleontólogos e entidades públicas e privadas que acreditaram no potencial científico da região.

Fonte: Cappa/UFSM

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