A Olimpíada Europeia de Informática para Garotas (Egoi) teve a sua 1ª edição de 14 a 19 de junho, no formato on-line. Inicialmente o torneio aconteceria em Zurique, na Suíça, mas ocorreu de forma virtual devido à pandemia de Covid-19. Participaram ao todo 157 meninas, representando 43 países. As quatro integrantes da equipe brasileira conquistaram medalhas: Carolina Moura Valle Costa, de 16 anos, conquistou 8º lugar geral e uma medalha de ouro; Luana Amorim Lima, da mesma idade, conquistou medalha de prata; Letícia Barbieri Stroeh e Maria Elaine de Holanda Cavalcante, respectivamente de 17 e 16 anos, ficaram com medalha de bronze. A equipe foi liderada pela professora Nara Bigolin, docente do Departamento de Tecnologia da Informação da UFSM e coordenadora do projeto de pesquisa Meninas Olímpicas: Estimulando o Protagonismo Feminino nas Olimpíadas Científicas.
A Egoi é uma nova competição de programação para meninas de até 20 anos de idade e funciona nos mesmos moldes da Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas (Egmo), da qual o Brasil participa desde 2017. O seu objetivo é fornecer uma plataforma para que as meninas possam desfrutar e aprofundar o seu interesse pela ciência da computação, além de incentivar a participação feminina em olimpíadas internacionais de informática, que têm um índice médio de participação de apenas 2% de mulheres. A Egoi permite ainda que as participantes conheçam outras mulheres que atuam na área de ciência da computação, podendo encontrar modelos femininos para si mesmas.
Em 2020, o projeto Meninas Olímpicas, com o apoio da Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), criou o Torneio Feminino de Computação com os mesmos objetivos, o qual serviu como base para a seleção da equipe nacional da Egoi 2021, levando em conta também o resultado da OBI. As participantes brasileiras na Egoi estão todas no ensino médio, provenientes de escolas de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. Na Egoi, as jovens competem individualmente respondendo a duas provas com quatro questões cada uma.
“O mais importante para mim é entrar em contato com mulheres incríveis de todos os lugares do mundo”, afirma a medalhista de ouro Carolina. Maria Elaine exalta o resultado dizendo que “foi minha primeira participação em uma olimpíada internacional. Mesmo que virtualmente, estar no meio de tantas garotas incríveis e de tantos lugares diferentes, saber que ainda têm tantas coisas que eu não sei, foi sensacional. Foi uma experiência que valeu muito a pena”. Já Leticia afirma que “foi incrível ter a oportunidade de participar de uma olimpíada internacional como a Egoi. Espero que ela motive o interesse de mais meninas pela área da computação”.
Para a professora Nara Bigolin, que trabalha há 5 anos no incentivo da participação feminina em olimpíadas de conhecimento, “a participação servirá de incentivo para que mais meninas participem de olimpíadas de conhecimento. Em 2019, a Mariana Groff também conquistou ouro na Egmo, o que demonstra a excelência do Brasil em olimpíadas femininas”.
Além da professora Nara Bigolin como líder, a equipe brasileira teve a vice-liderança da acadêmica Beatriz Cunha Freire, da Stanford University. As tradutoras Flávia Pisani e Carolina Magalhães foram responsáveis por traduzir os problemas para o português. A aplicação das provas descentralizadas foi organizadas pelo professor Ricardo Anido, coordenador da OBI, com a participação dos professores Luciano Guimarães Monteiro de Castro, no Rio de Janeiro, e Pedro Porfirio Muniz Farias, em Fortaleza.
A Egoi tem o intuito de fomentar o estudo da ciência da computação e da informática entre as estudantes. O comitê organizador espera proporcionar novos conhecimentos e a troca de experiências entre as competidoras, incentivando-as a seguir carreira nas ciências exatas de uma forma mais representativa.