A Universidade Federal de Santa Maria iniciou nesta terça-feira (22) o processo de sequenciamento genético da Sars-Cov-2, o vírus responsável pela pandemia de COVID-19. A autorização foi dada no último dia 18 de junho pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) do Rio Grande do Sul, com o objetivo de contribuir para a vigilância genômica em Santa Maria. A ação no município é realizada em uma parceria entre universidade e Secretaria Municipal de Saúde.
Inicialmente serão sequenciadas 500 amostras. O trabalho será realizado pelo Laboratório de Bioinformática aplicada à Microbiologia Clínica, no Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas do Centro de Ciências da Saúde. O sequenciamento genético das amostras coletadas é fundamental para o mapeamento das novas variantes do coronavírus e levantamento de informações que orientam as políticas públicas em saúde.
A UFSM fará parte da Rede Estadual de Vigilância Genômica, instituída por meio de portaria da Secretaria Estadual de Saúde no final de abril. As informações obtidas a partir da análise das amostras em Santa Maria contribuirão para o Boletim Genômico do Rio Grande do Sul, publicação que regularmente apresenta atualizações dos dados relacionados às variantes do novo coronavírus no estado.
De acordo com a professora Priscila de Arruda Trindade, que está à frente da iniciativa, embora as mutações sejam processos naturais dos vírus em geral, é necessário atenção especial para as chamadas “variantes de preocupação” (VOCs). Trata-se de variantes do coronavírus que, por carregarem mutações específicas, podem escapar da resposta imune e têm potencial de resistência aos anticorpos produzidos pelas vacinas.
Assim, uma equipe, formada por representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Santa Maria (SMS), docentes da UFSM e médicos infectologistas do Hospital Universitário (HUSM-EBSERH) e Casa de Saúde, reuniu-se para a definição de critérios para seleção e sequenciamento de amostras suspeitas de novas variantes de preocupação da Sars-CoV-2. Os critérios definidos foram: pacientes vacinados que precisarem de internação; pacientes com evolução atípica (início em menos de cinco dias de sintomas para Síndrome Respiratória Aguda Grave ou óbito); pacientes oriundos de regiões fronteiriças ou do exterior; suspeitos de reinfecção e profissionais de saúde vacinados. Fazem parte desta equipe os representantes da SMS, Ana Paula Seerig e Marcos Antônio Lobato; os docentes da UFSM, Priscila Trindade e Alexandre Schwarzbold e os médicos do HUSM-EBSERH Liliane Pacheco e Guilherme Weber.