Cerca de 100 pesquisadores de 29 universidades federais brasileiras iniciaram em março a investigação intitulada “Alfabetização em Rede: uma investigação sobre o ensino remoto da alfabetização na pandemia e sobre a recepção da Política Nacional de Alfabetização (PNA)”.
As professoras do Centro de Educação da UFSM, Helenise Sangoi Antunes e Débora Ortiz de Leão, integram esse grupo e colaboram desde março com a elaboração do projeto, a composição de um questionário do tipo Survey e a divulgação da pesquisa no Estado do Rio Grande do Sul.
A pesquisa interinstitucional foi organizada por meio de reuniões virtuais e divide-se em duas etapas: a primeira, de caráter quantitativo, é composta de um questionário destinado a professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. Esse questionário já conta com 15 mil respostas de professores de todo o país.
De acordo com a professora Débora Leão a metodologia da pesquisa segue uma abordagem quanti-qualitativa de pesquisa educacional, que busca articular resultados de um survey junto aos docentes com dados produzidos a partir de rodas de conversas com professoras selecionadas nos diferentes Estados do Brasil. A pesquisa quantitativa constitui-se, então, de um questionário do Google forms a ser aplicado a docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, composto por um conjunto de 35 perguntas, distribuídas em cinco seções: perfil profissional, formação continuada, políticas de alfabetização/documentos oficiais e ensino remoto.
A segunda etapa consiste em entrevistas com pequenos grupos de professores com a intenção de compreender como a Política Nacional de Alfabetização está sendo recebida pelos docentes e como está se dando a alfabetização em tempos de ensino remoto.
Para a professora Helenise Sangoi Antunes, o projeto esclarece que os dados qualitativos compõem-se não apenas das respostas às duas perguntas abertas do questionário, mas também de conversas virtuais com um grupo de aproximadamente quatro docentes a serem conduzidas pelos colaboradores integrantes do projeto, com um roteiro preestabelecido com base na identificação das tendências evidenciadas no survey e de outras questões atinentes à alfabetização remota e à PNA. “As conversas constituem-se num espaço rico de elaboração sobre a PNA e as práticas pedagógicas desenvolvidas pelas docentes e contribuem para um aprofundamento do conhecimento sobre como a alfabetização tem se dado no contexto da pandemia, os desafios enfrentados, as estratégias construídas, os condicionamentos impostos pelas redes de ensino”, explica.
Os dados decorrentes da pesquisa serão analisados nacionalmente, em cada Estado e amplamente divulgados pelas pesquisadoras. Participam as seguintes instituições: UFSJ, UEMG, UFSM,UFRN,UFERSA, UFMS, UFPEL,FURG, UFMA, UFPI,UFR, UNIPAC, UFPA, UNIFAP, UNIFESP, UNIMONTES, UFPE, UFCAT, UFAPE, UFBA, UFRGS, URCA, UFC, UFAL, UFPB, UFS, UNEB e UNILAVRAS.