Profissionais voluntários da área da saúde irão de casa em casa, entre os dias 4 e 7 de setembro, para realizar 4,5 mil testes rápidos para o coronavírus em nove cidades gaúchas
Neste final de semana o estudo de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid19 no Rio Grande do Sul (Epicovid19-RS) inicia a oitava etapa de entrevistas e testes rápidos para o coronavírus em nove cidades gaúchas. Os entrevistadores do estudo irão de casa em casa, entre os dias 4 e 7 de setembro, para realizar um total de 4,5 mil testes rápidos com moradores das cidades de Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul.
“É o único estudo populacional no mundo a fazer esse levantamento oito vezes nas mesmas cidades. À medida que coletamos novos dados, podemos observar a tendência de comportamento do coronavírus nas diferentes regiões. São informações fundamentais para subsidiar estratégias de enfrentamento da pandemia”, diz a epidemiologista Mariângela Silveira, que integra a coordenação do estudo na Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
O estudo Epicovid19-RS, coordenado pela UFPel em parceria com o Governo do Estado, mapeia os casos de coronavírus na população gaúcha e avalia a velocidade de disseminação do contágio ao longo do tempo. Os dados mais recentes, divulgados há duas semanas, estimam que mais de 139 mil pessoas já tenham sido infectadas – o que equivale a um a cada 82 habitantes do Rio Grande do Sul. Além disso, a pesquisa apontou que a ampliação da testagem no estado reduziu a quantidade de casos não notificados pelas estatísticas oficiais. Para cada caso real de infecção, a pesquisa estima que exista 1,4 não registrado oficialmente.
Para realizar as entrevistas e testes rápidos, a partir desta sexta-feira, entrevistadores da pesquisa irão visitar 500 domicílios por cidade. Ao todo, são 4,5 mil participantes da amostra. A seleção das residências e dos moradores que irão fazer o teste para o coronavírus ocorre por meio de um sorteio com base em dados de setores censitários do IBGE. Além do exame, o participante responde a uma breve entrevista sobre ocorrência de sintomas relacionados à Covid-19, busca por assistência médica e rotina das famílias em relação às medidas de distanciamento social. “É fundamental que as pessoas recebam os entrevistadores e participem da pesquisa, mesmo as que sabem que estão ou já estiveram infectadas com o coronavírus”, acrescenta a epidemiologista.
A pesquisa tem apoio das prefeituras municipais, por meio das secretarias de saúde e dos órgãos de segurança, e segue todos os protocolos de biossegurança para proteger a saúde dos entrevistadores e participantes. Em caso de dúvida, os moradores podem entrar em contato com a Guarda Municipal ou Brigada Militar para obter informações sobre as visitas às casas.
O estudo mobiliza uma rede de doze universidades públicas e privadas: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos); Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc); Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ); Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana); Universidade de Caxias do Sul (UCS); IMED e Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Universidade La Salle (Unilasalle).
O Epicovid19-RS tem financiamento do Banrisul, da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta, também da capital, e do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro. Os resultados vão ser divulgados por integrantes da coordenação do estudo e do Governo do RS em aproximadamente 48 horas após a finalização da coleta de dados.
Fonte: divulgação da pesquisa