Está disponível no canal do Youtube da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFSM (Agittec), o primeiro vídeo do Programa Inovação Além do Arco. O vídeo é sobre o Grupo de Pesquisa em Arroz Irrigado (GPAI), e mostra a área didática e experimental de várzea da UFSM que está aos cuidados do grupo, coordenado pelo professor do departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM, Enio Marchesan.
A infraestrutura onde o grupo trabalha é composta por 11 hectares de áreas sistematizadas irrigadas individualmente. Além disso, o grupo também conta com laboratórios onde é realizada a maior parte dos experimentos, salas de aula, equipamentos com insumos e máquinas agrícolas. No vídeo, o professor e coordenador do GPAI, Enio Marchesan, conta que os trabalhos nesta área foram iniciados no ano de 1991, com o objetivo de criar uma área física para realizar os experimentos. “Para que pudéssemos cumprir com o tripé missão da UFSM, que é ensino pesquisa e extensão, adotamos a estratégia de buscarmos recursos junto à iniciativa privada e órgãos públicos, através de projetos e parcerias para que pudéssemos implantar os nossos experimentos, e com isso conseguirmos ministrar as aulas práticas e realizar ações de extensão”.
Atualmente, além da cultura do arroz irrigado, o grupo adequou a área para receber outros cultivos como soja, milho, forrageiras (inverno/verão) e plantas de cobertura que contribuem para melhoria do solo. “Considero fundamental o uso dessa área didática e experimental dentro da universidade para as aulas práticas, e a formação do profissional de agronomia. O exercício do fazer, do medir e avaliar faz com que o aluno perca os seus medos e vá adquirindo confiança, melhorando seu desempenho para o exercício profissional”, destaca o professor e coordenador do GPAI, Enio Marchesan.
GPAI: ensino, pesquisa, extensão e uma realização do professor Enio Marchesan
O GPAI é uma realização do professor do departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Rurais (CCR) da UFSM, Enio Marchesan que há 23 anos coordena o projeto. O professor conta que, ao terminar os seus estudos e logo iniciar a sua carreira como professor, sentiu a necessidade de colocar em prática o que havia estudado na UFSM, e adquirir confiança para poder ensinar.
No ensino, o professor percebeu que as informações passadas aos estudantes eram sobre outras regiões com condições diferentes e, por conta disso, não tinham respostas para demandas específicas dos produtores locais. “Como filho de agricultores de arroz, tenho ligação umbilical com esta cultura. Por isso conhecia a necessidade de gerar informações locais para a lavoura de arroz já que não tínhamos órgãos públicos de pesquisa na região e nem empresas privadas gerando informações suficientes”, explica.
Numa tentativa de aproximação com a realidade local, o professor passou a buscar informações de pesquisas mais regionais, adaptadas às condições de clima, solo e de manejo. “O próximo passo deveria ser a transferência dessas informações para o ensino e para a comunidade, para que pudessem ser validadas pelos usuários, produtores e técnicos”, conta o professor coordenador do GPAI.
Em 1970, o professor foi a Porto Alegre (RS) solicitar ao diretor técnico do Instituto Riograndense do Arroz (IRGA) um conjunto de variedades de arroz para que conduzisse na UFSM, o que na época chamava-se de Ensaio Regional de Cultivares de Arroz, e que já era feito em outros locais do Estado. “Hoje penso que ele aceitou mais para eu não perder a viagem, uma vez que eu era um novato. A partir dessa atitude, comecei a envolver alunos de Graduação em Agronomia e mais tarde, depois de ter realizado o Mestrado na UFRGS, o grupo passou a contar também com alunos de Pós-Graduação”, comenta.
O professor conta que, após esse fato, iniciaram-se os trabalhos em conjunto com professores de outras áreas, como forma de tentar formar uma equipe, e qualificar cientificamente os trabalhos de pesquisa. “O foco desde então, e que continua até hoje, era que o grupo desenvolvessem trabalhos de pesquisa que visassem resolver ou, pelo menos, minimizar problemas concretos de manejo da lavoura, conduzidos com metodologia científica e capricho para ter as respostas confiáveis e, com isso, gerar credibilidade”.
Sobre a interação entre o setor público e privado o coordenador do GPAI ressalta que desde o início percebeu que apenas os recursos públicos não seriam suficientes para sustentar as demandas do grupo e, por isso, decidiu intensificar os trabalhos de pesquisa em conjunto com empresas do Agronegócio. “Essas parcerias são muito importantes, pois além dos recursos aportados, permitem ampliar contatos em propostas de trabalho que representam necessidades reais do setor, inserindo alunos nos projetos de pesquisa com as empresas e, em alguns casos, estes mesmos alunos depois de formados são contratados pelas empresas”.
Os vídeos do Programa Inovação Além do Arco estão disponíveis no canal do Youtube da Agittec e nas redes sociais da agência.
Texto: Luana Giazzon, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec)
Edição: João Ricardo Gazzaneo, jornalista da Unidade de Comunicação Integrada (Unicom)
Foto: Reprodução