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Alçando voos a partir da CEU: a trajetória do fundador de empresa incubada na Agittec que desenvolve inovações para a agricultura



Eduardo Engel fundou, com colegas da graduação, a Auster

“Sempre valorizei o benefício que foi concedido. Precisava me desenvolver como pessoa e buscar o meu crescimento profissional e depois retribuir para a sociedade a ajuda que recebi da UFSM”. Esse relato é de Eduardo Engel, estudante de Engenharia de Controle e Automação da UFSM que, neste ano, se despede da Casa do Estudante Universitário (CEU). O valor que ele atribui a CEU é o de quem reconhece que esta foi fundamental para que ele pudesse alcançar seus objetivos. Com o apoio da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFSM (Agittec), Eduardo fundou a Auster junto com seus colegas da engenharia, e atualmente trabalha como diretor comercial da empresa.

Em 2013, Eduardo veio de Santo Cristo (RS) para iniciar sua graduação na UFSM, dando continuidade aos seus estudos. Filho de agricultores, o estudante já tinha contato com o empreendedorismo antes mesmo de vir para a universidade. “Desde pequeno já ajudava a minha família nas vendas e participava das feiras, o que representou uma experiência de vida e de como as coisas funcionavam no mercado de trabalho”.

Sua curiosidade e dedicação acompanharam a trajetória nos estudos: “não me contentava com pouca coisa, com atividades que a maioria das pessoas fazem, então sempre fui muito curioso e gostava de criar coisas novas”. Na UFSM, a curiosidade e dedicação não poderiam ficar de fora. Desde o seu primeiro semestre, Eduardo participou do  projeto de extensão Carancho Aerodesign, no qual desenvolveu, com o grupo, uma aeronave remotamente pilotada para transporte de cargas. Todos os anos esse grupo, que representa a UFSM, participa de uma competição internacional de estudantes universitários. “Me dediquei muito a esse projeto, porque tinha certeza que era aquilo que queria fazer na minha vida. Queria seguir trabalhando naquela área, sempre gostei de aeronaves e de tudo que fosse ligado à aviação”.

O voo para o empreendedorismo

Em 2016, Eduardo participou do primeiro edital de pré-incubação da Pulsar Incubadora da UFSM com a ideia de criar um novo negócio. “Eu e meus colegas do grupo percebemos a entrada crescente dos drones na agricultura, e logo enxergamos a oportunidade de criar um pequeno negócio nessa área, tornando aquilo que já fazíamos no projeto uma profissão”, conta.

No final de 2016 a empresa foi selecionada e garantiu o seu espaço dentro da UFSM. “Isso foi muito legal, recebemos uma casa no Centro de Eventos, que acabou se tornando a sede da empresa. Tínhamos algumas cadeiras e mesas de plástico, que nos permitiram montarmos um escritório simples para iniciar a fabricação dos drones”. Após garantir o espaço, a empresa recebeu alunos de diferentes centros da UFSM que contribuíram para o crescimento do negócio.

A empresa já realizou trabalhos em 15 estados brasileiros, e atua em Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A Auster também participa do processo de aceleração da Fundação de Agricultura do Mato Grosso (Famato). A empresa possui parcerias com outras instituições de ensino e pesquisa, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de Cruz Alta (Unicruz), Instituto Federal Farroupilha e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “A nossa missão é contribuir para uma produção mais sustentável em nosso país, e ao mesmo tempo, temos um compromisso muito grande com a nossa sociedade, com os nossos parceiros e produtores”, explica.

Sobre ser o aluno que veio morar na UFSM, e após se tornar diretor de uma empresa de tecnologia, Eduardo revela que “tudo isso estava alinhado com o que eu esperava para a minha vida.  Não exatamente da forma como imaginava, mas de um jeito muito melhor”.

Soluções para continuar atendendo os produtores rurais durante a pandemia

Segundo Eduardo, pela atuação da empresa na área da agricultura, a sazonalidade dos trabalhos acabou contribuindo para a continuidade dos trabalhos da Auster diante do atual cenário. “Quando a  pandemia se intensificou, nós já tínhamos finalizado todos os trabalhos do milho e também do algodão desta safra, então conseguimos seguir a execução dos serviços com pouca necessidade de deslocamento”, explica.

Atualmente a maior parte da empresa trabalha em home office, e apenas uma equipe operacional continua as atividades nos estados de Minas Gerais e Goiás. Os mapeamentos são realizados em campo, sendo posteriormente enviados via Web para a equipe de processamento que se encontra em Santa Maria. Essa equipe é responsável pela geração das prescrições finais, encaminhadas diretamente para os produtores.

A comunicação com os clientes da Auster são feitas através do whatsapp, bem como o processo de prospecção, sendo enviados vídeos que explicam os serviços que a empresa oferece. “Tudo isso contribui para mantermos o nosso trabalho, e felizmente o nosso mercado se mantém aquecido”, ressalta Eduardo. 

Saiba mais sobre a Auster e outras empresas incubadas na UFSM aqui.

Texto: Luana Giazzon, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec)
Edição: João Ricardo Gazzaneo, jornalista da  Unidade de Comunicação Integrada (Unicom)
Foto: Arquivo pessoal

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