Nos dias 7, 8 e 9 de julho, às 19h, o Departamento de Ciências da Comunicação (DECOM), do campus de Frederico Westphalen, realizará um Ciclo de Debates virtual com o tema “Jornalismo Antirracista”. O evento tem o objetivo de promover a discussão entre estudantes e comunidade em torno da necessidade de um ensino de jornalismo que tenha como premissa a igualdade étnico-racial e colabore para a construção de um campo da comunicação mais inclusivo e justo, incorporando cada vez mais em suas atividades diárias as várias vozes que fazem parte da população brasileira.
A iniciativa foi inspirada pelo banco de dados de fontes jornalísticas Entreviste um Negro, composto majoritariamente por especialistas negros/as e está unindo as disciplinas Fotografia e Sociedade, Políticas Públicas em Comunicação, Produção de Sentidos, Laboratório de Mídias Digitais, Redação em Relações Públicas, além dos projetos de extensão Agência Da Hora e Comunicare RP e Agência Íntegra.
De acordo com os organizadores do evento, “compreendemos que as fontes estão na base da construção das notícias. Elas podem garantir credibilidade à matéria, quando são especializadas em alguma área do conhecimento ou quando respondem por alguma instituição oficial na estrutura da sociedade. Mas, acima de tudo, elas constroem nossa história quando se admite que o jornalismo produz conhecimento sobre o mundo em sua volta. Nesse sentido, ajudam a elucidar ou perpetuar problemas sociais, na medida em que têm condições de estabelecer pontos de vistas sobre um mesmo fato. Por isso, as fontes jornalísticas importam, assim como as “Vidas negras importam” tanto nesta discussão”.
A abertura do evento será feita na próxima terça-feira (07) pela professora Sátira Machado, jornalista e professora da Unipampa/Campus Jaguarão. Na sequência, haverá o primeiro debate sobre questões a respeito do racismo estrutural e o feminismo negro desenvolvidas no Curso de Combate ao Racismo, promovido pela Pró-reitoria de Gestão de Pessoas da UFSM. O curso, oferecido para servidores, está em sua terceira edição e é ministrado pelos servidores Victor De Carli Lopes e Sthefanny Saldanha de Oliveira. Victor é mestre em História pela UFSM e coordena o Observatório de Direitos Humanos da UFSM. Sthefanny é bacharela em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), tradutora e pesquisadora do discurso, gênero e raça. A mediação será feita pela professora Leslie Sedrez Chaves, jornalista, professora e chefe do Departamento de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
No dia seguinte (8), o professor Deivison Moacir Cezar de Campos apresentará a pesquisa sobre Branquitude, Racismo e Mídia, considerando esta última o locus de manutenção e de disputa do sentido de ser negro/a no contemporâneo. Jornalista e pesquisador de mídia, relações étnico-raciais e decolonialidade, Deivison atua como professor do Programa de Pós-Graduação em Educação e dos cursos de comunicação da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Também faz parte do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) e lidera o grupo de pesquisas Mídia e Complexidade nas Sociedades Contemporâneas na Ulbra. Recebeu o prêmio Carlos Santos da Câmara de Vereadores de Porto Alegre em 2018 pelo conjunto da pesquisa sobre a história do negro em Porto Alegre. O debate será mediado pelo Ms. Ângelo Jorge Neckel, jornalista vinculado ao Observatório de Comunicação Pública (OBCOMP/UFRGS).
A última noite de evento (9) terá a presença das jornalistas e criadoras do site Entreviste um Negro (EuN), Helaine Martins e Karol Gomes. O EuN está lançando a campanha “Entreviste um Negro” que tem o objetivo de promover um debate público sobre a importância e responsabilidade do jornalismo na construção de um mundo livre de racismo. Ao longo do mês de julho, o projeto EuN se juntará a uma rede de jornalistas na produção de conteúdo especial sobre práticas de um jornalismo antirracista, lives com especialistas e profissionais da comunicação e atualização do banco de dados com fontes jornalísticas negras das mais diversas áreas. O Entreviste um Negro nasceu em 2015 como um banco de dados de fontes jornalísticas, mas com um diferencial: todos os/as especialistas são negros/as. Este debate será mediado pela professora Sátira Machado, jornalista e professora da Unipampa/Campus Jaguarão.
O debate poderá ser acompanhado no Canal da Agência Íntegra, no Youtube.
Texto: Assessoria de Comunicação da UFSM/FW