No segundo dia da 1ª Jornada Multidisciplinar Online sobre o Enfrentamento da Covid-19, as duas palestras apresentadas trataram dos temas da ansiedade e a mudança de cotidiano e comportamento devido a esse momento de isolamento social. Transmitido pelo Farol UFSM, o segundo dia contou com a participação da psicóloga Vanessa Coelho e com a Dra. Miriam Cabrera Corvelo Delboni, docente do departamento de Terapia Ocupacional na UFSM.
A psicóloga Vanessa Coelho expôs alguns conceitos sobre a saúde mental e dicas para lidar com a ansiedade. “No momento que estamos vivendo, a mudança gera medo, imprevisibilidade e incertezas que geram uma preocupação muito grande e, como consequência, vem a ansiedade” explica.
Vanessa revelou que a procura por psicólogos e profissionais da saúde está cada vez maior, pois os efeitos provocados pela ansiedade estão bem mais frequentes neste período. O quadro preocupa, pois outros transtornos podem vir à tona, como estresse pós traumático, depressão e TOC ( transtorno obsessivo-compulsivo).
Ao final da palestra, a psicóloga compartilhou com os espectadores 13 dicas para ajudar quem sofre com ansiedade. Entre elas estão diminuir a quantidade de acesso a notícias sobre a pandemia, cuidar da alimentação, fazer exercícios físicos, não se cobrar tanto e reconhecer suas pequenas vitórias. “ Não se culpe por não conseguir fazer todas as atividades que você planejou ou por não estar conseguindo ser tão produtivo. Agora é o momento para se acolher e se autoconhecer”, enfatiza.
Por fim, Vanessa ensinou uma técnica para ajudar a controlar as crises de ansiedade, o Registro de Pensamentos Disfuncionais (RPD). De acordo com a psicóloga, “a RPD ajuda a melhorar o controle do pensamento e assim muda a emoção e comportamento da pessoa. Muitas vezes nós temos pensamentos distorcidos que não correspondem com a realidade ou que vai de acordo com o que estamos enxergando o mundo e da forma que estamos nos sentindo. Treinando e fazendo várias vezes essa técnica, a tendência é de pensarmos positivo e de conseguirmos nos acalmar”.
Terapia Ocupacional e Pandemia
Na segunda palestra do dia, a professora Miriam Cabrera falou sobre as alterações das rotinas nas ocupações humanas e nos papéis ocupacionais. Também apresentou alguns conceitos e impactos das disfunções ocupacionais pela pandemia de Covid-9 e a contribuição da terapia ocupacional para esse momento.
A professora explicou que o isolamento social rompeu com o cotidiano das pessoas. Isso, provocou mudanças nas rotinas e nas relações sociais. A terapia ocupacional pode ser pensada como uma maneira de organizar as novas rotinas e novas formas de se relacionar durante esse contexto de pandemia.
“Buscar o equilíbrio ocupacional é equilibrar esses ritmos da vida cotidiana, das áreas do autocuidado, do estudo, do lazer. É importante que nós consigamos identificar quais são os nossos valores, nossas crenças, quais são nossos contextos nesse momento, o que me alimenta, quais os valores que te sustenta?”, questiona a terapeuta.
Miriam enfatiza a importância do tempo e de gerir de forma equilibrada o desempenho das atividades do dia a dia e classificá-las em urgentes, necessárias e as de prazer. “Experimentar novas atividades como cozinhar, pintar ou desenhar, ameniza as privações que estamos vivendo. Sinta-se em novas ações, novas atividades, reflita sobre cada ação que você realiza e como você se enxerga naquele momento,” aconselha.
As duas palestras apresentadas no segundo dia da 1.ª Jornada Multidisciplinar Online sobre o Enfrentamento da Covid-19 estão disponíveis no site do Farol UFSM.
Reportagem: Ana Júlia M. Fernandes, bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: Davi Pereira