O projeto de ensino “Y Solamente Social: criação artística em tempos de pandemia”, coordenado pelos professores Mônica Borba e Odailso Berté, do curso de Dança-Licenciatura, do Centro de Educação Física e Desportos da UFSM, e desenvolvido pelos acadêmicos e bailarinos do Laboratório Investigativo de Criações Contemporâneas em Dança (LICCDA), se inspira em Frida Kahlo para refletir sobre o isolamento social e criar arte.
A inspiração poética do projeto vem de uma reflexão sobre o atual momento de isolamento social, motivado pela pandemia da Covid-19, sobre o livro do sociólogo português Boaventura se Sousa Santos, “A cruel pedagogia do vírus” (2020), e os períodos de isolamento e convalescência que a pintora mexicana Frida Kahlo viveu, nos quais criou muitas de suas obras.
As ações do projeto conectam ensino, pesquisa e extensão, interligando disciplinas do curso de Dança-Licenciatura, a pesquisa sobre educação, corpo, dança, performance e a obra de Frida Kahlo, dos professores Crystian Castro, Mônica Borba e Odailso Berté. É também uma continuidade do trabalho artístico-pedagógico extensionista com os alunos e professores da Escola Estadual Indígena de Ensino Fundamental Igineo Romeu Koenju, de São Miguel das Missões, através de tecnologias em rede.
Na primeira fase do projeto, inspirados nas obras de Kahlo, os professores e bailarinos do LICCDA estão refletindo sobre a atual situação de isolamento social e criando, individualmente, em suas casas, videodanças, narrativas visuais, autorretratos e poesias que conectam seu cotidiano com a experiência de estar isolado. As produções estão sendo compartilhadas em plataformas online e redes sociais, como as videodanças “Las cosas simples”, da professora Mônica Borba, “(Espera)nça”, da acadêmica Estela Sá de Mesquita, e “B-612: um processo para existir”, do professor Odailso Berté, que já estão disponíveis no YouTube (veja abaixo).
A segunda fase do projeto consistirá em reuniões online e processos artístico-pedagógicos com os professores e jovens da Aldeia Guarani Tekoá Koenjú. A partir dos modos como Frida Kahlo reinventava o uso das indumentárias indígenas mexicanas, em uma época em que o México estava sendo fortemente influenciado pela cultura branca europeia, serão produzidos autorretratos para expressar a identidade cultural dos Guarani na sociedade contemporânea e sua relação com o meio ambiente, as plantas, os animais e o cotidiano da aldeia.
As criações seguirão sendo compartilhadas em plataformas online e redes sociais e, posteriormente, quando do retorno às atividades e aulas presenciais, o material produzido servirá de base para a terceira fase do projeto, que consistirá na montagem de um espetáculo de dança contemporânea, integrando professores e bailarinos do LICCDA/UFSM e da Aldeia Guarani Tekoá Koenjú.
Assista às videodanças “Las cosas simples”, “(Espera)nça” e “B-612: um processo para existir”: