O projeto de extensão e pesquisa Bombaja da UFSM participou da 17ª Baja Regional – Etapa Sul 2019, competição que foi realizada de 15 a 17 de novembro na Universidade de Caxias do Sul. A equipe Bombaja se preparou o ano todo para essa competição. Foram muitos testes e muitos estudos que fizeram o protótipo BJ-16 subir ao lugar mais alto do pódio.
Durante esses três dias de competição, os 20 alunos da UFSM que fazem parte da Bombaja enfrentaram 31 universidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul nas provas dinâmicas e de segurança, que culminaram com uma corrida de 4 horas no meio da lama e diversos obstáculos. O carro usado nas provas é do tipo baja, veículo que comporta só o piloto, feito para pistas não pavimentadas. O BJ-16 foi construído em 2018 no laboratório da Bombaja na UFSM.
A Bombaja foi fundada em 2003 por Iberê Luiz Nodari, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSM. Atualmente, a equipe é coordenada pelo professor Thompson Lanzanova, do mesmo departamento. O foco do projeto é na pesquisa e extensão acadêmica, e na aproximação dos estudantes da UFSM (principalmente dos cursos de engenharia) com o mercado de trabalho e o setor automobilístico. O projeto e fabricação de seus protótipos é objeto de aprendizado para diversos alunos da universidade.
A equipe é dividida em subsistemas que organizam entre si as funções de fabricação, montagem e manutenção dos protótipos, além da gestão de pessoas e da comunicação. Participam da equipe estudantes de Engenharia Mecânica, Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Acústica, Engenharia de Produção, Publicidade e Propaganda, Desenho Industrial e de cursos do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (Ctism).
O atual piloto e capitão da equipe, João Paulo Ribeiro da Silva, estudante de Engenharia Mecânica, faz parte da Bombaja desde 2013, quando era aluno do Ctism. “Desde que entrei no Bombaja já participei de umas sete competições, eventos, feiras de off-road, congressos. São várias as experiências boas que eu tive no Bombaja. Outro benefício que o Bombaja me proporciona é o contato com engenheiros já formados e inseridos no mercado de trabalho. Na minha última corrida cheguei a receber uma proposta de emprego”, conta João.
A equipe participa também da Baja SAE Brasil, uma competição nacional que engloba cerca de cem equipes, na qual os estudantes de engenharia têm a possibilidade de aliar a teoria à prática, desde a concepção até a construção e testes dos bajas. Até então, foram projetados 16 protótipos de bajas na UFSM.
Além dos obstáculos na pista de competição, a equipe também enfrenta obstáculos antes das provas. O coordenador do projeto explica que a preparação para uma competição começa cedo e tem muito planejamento. “A preparação para a competição começa com a definição do veículo que vai para aquela competição, depois vêm todas as fases de projeto, fabricação, teste, validação dos protótipos e só depois que ele vai para a competição.”
João Paulo conta que ser o capitão e piloto da equipe lhe demanda muita responsabilidade e treino. “Tenho que comandar a equipe com liderança e guiá-la para que não se perca na competição e apoiá-los sempre. A gente se prepara para as competições treinando muito, nos finais de semana fazemos testes e procuramos ter uma rotina de esporte. Porque a competição exige muito do piloto, no sábado começam as provas de suspensão, tração, retomada e aceleração, então fica o dia inteiro no carro e no domingo são 4 horas com o piloto dentro do carro sem trocar, senão perde tempo.”
Conquistas – A Bombaja carrega um histórico premiado nas diversas competições de que já participou. Entre elas, se destacam o Baja SAE Regional Sul no ano de 2008, quando foi campeã com o protótipo BJ-08. No ano passado, a equipe atingiu o pódio novamente, conquistando o segundo lugar geral. Dentro das etapas nacionais, a equipe conquistou o 11º lugar geral em 2006, a 18º colocação em 2010, entre os anos de 2012 e 2013 conseguiu o 16º lugar e, mais recentemente, voltou a conquistar o 11º lugar geral, além da 1ª colocação na prova de tração no início de 2019.
O próximo passo da equipe é se preparar para a etapa nacional da Baja SAE, que ocorre em março de 2020 em São José dos Campos (SP). Se eles ficaram entre os três melhores do Brasil, o grupo se classifica para a etapa mundial, nos Estados Unidos. “Nosso foco agora é ficar no top três dos nacionais e conseguir ir para o mundial, o que seria inédito para o Rio Grande do Sul”, conta João Paulo.
De acordo com o professor Thompson, os participantes da Bombaja após concluírem seus estudos têm a chance de estagiar em empresas como a Stock Car, nas quais o pré-requisito é ter participado de competições organizadas pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE), como a Baja SAE e a Formula SAE.
Texto: Ana Júlia Müller, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Equipe Bombaja
Edição: Lucas Casali