Você descarta de forma correta e uma empresa de reciclagem interessada coleta e faz a separação. É assim que opera a nova plataforma da startup Connect Sust, criada por duas alunas do Centro de Tecnologia da UFSM, Pauline Sagrilo, do curso de Engenharia de Produção, e Emanuelly Nunes, de Engenharia Química. A plataforma, que foi ao ar na sexta-feira (29) e tem lançamento oficial nesta segunda (2), pode ser acessada através do link.
A ideia do projeto surgiu quando as estudantes participaram, em 2018, do Desafio i9, realizado pela Liga de Empreendedorismo i9 da UFSM. O evento, que tem como objetivo impulsionar jovens a tirar suas ideias do papel, concedeu às meninas do CT o terceiro lugar na competição. Mas foi apenas em julho deste ano que o plano passou para a prática, assim que conseguiram a pré-incubação da startup na Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agittec) da UFSM.
A plataforma lançada é apenas um teste e está em uma versão MVP (Minimum Viable Product, ou produto mínimo viável), com algumas funcionalidades necessárias que irão testar a eficiência do produto, sua usabilidade, aceitação no mercado, entre outras formas de validar o novo negócio. Se obtiverem sucesso, as estudantes pretendem aperfeiçoar o site e criar um aplicativo.
De reunião em reunião, conquistaram até o momento oito empresas de Santa Maria, como restaurantes e hamburguerias, mas a finalidade é expandir ainda mais o negócio. Quem passar a utilizar o serviço será beneficiado com minicursos sobre separação de resíduos, selo de sustentabilidade, como forma de reconhecimento de empresa sustentável, e emissão de certificação da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Além disso, irão oferecer aos clientes das empresas cadastradas cartazes e panfletos com passo a passo de reciclagem para ser feito em casa.
Segundo Emanuelly e Pauline, o trabalho desenvolvido por elas se baseia na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305, criada em 2010, que exige de setores públicos e privados transparência no gerenciamento de seus resíduos. A multa pode variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, dependendo da empresa e do porte.
Como usar
A empresa que deseja fazer um descarte de resíduos deve se cadastrar na plataforma e, logo em seguida, agendar um dia para eles serem coletados. Uma segunda empresa – que também estará cadastrada – irá fazer a coleta desse lixo e possuirá um relatório – disponibilizado pelo próprio aplicativo – de todas as empresas que solicitaram o serviço naquele dia. O relatório é gerado identificando uma rota com os lugares que é necessário ir. “O próprio software vai otimizar a logística, vai mandar o coletor pelos pontos mais curtos para ele chegar nos destinos. A questão
é diminuir custo para quem realiza essa coleta”, comentou Emanuelly.
Por fim, uma terceira empresa compra esses resíduos – mas esse é um serviço que ainda será trabalhado pelas estudantes. No momento, a plataforma só oferece descarte e coleta devido à dificuldade de encontrar empresas que tenham interesse em comprar.
De acordo com Emanuelly e Pauline, o site ainda não possui precificação e a intenção é testar de forma gratuita durante três meses. Se atingirem suas metas, querem expandir o negócio para outras cidades, outras empresas e incluir outros resíduos, como orgânicos, eletrônicos e óleo.
Mais informações sobre a plataforma pelo e-mail connecsust@gmail.com e no Instagram: @connectsust.
Texto: Eloíze Moraes, bolsista da Agência de Notícias da UFSM
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista da Agência de Notícias