Um projeto do Campus da UFSM em Frederico Westphalen (UFSM-FW), em conjunto com o Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos (Cigres) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) tem modificado a cultura e a vida dos habitantes de Seberi. Composteiras domésticas foram instaladas em casas de todos os bairros para que seja evitado o envio de resíduos orgânicos ao aterro regional.
Durante seminário realizado na quarta-feira (6), no auditório do Instituto Estadual de Educação Madre Tereza, em Seberi, foram apresentados para a cidade os resultados parciais do projeto de extensão “Aperfeiçoamento das práticas para o correto destino dos resíduos sólidos domésticos produzidos pelos municípios consorciados ao Cigres”. Cada um dos 31 municípios consorciados definiu ações para melhor fazer a compostagem dos resíduos orgânicos, para atender ao projeto.
Em Seberi, o projeto teve início em dezembro de 2018. A partir de uma comissão municipal com integrantes da UFSM-FW, Prefeitura, Cigres e Emater, as atividades do projeto foram implementadas. A primeira foi a doação e distribuição de 10 unidades de composteiras domésticas para cada um dos sete bairros da cidade. O trabalho de escolha de quais famílias receberiam as composteiras foi feito com o auxílio de agentes de saúde e do programa Primeira Infância Melhor.
Além disso, foi criado um novo esquema de recolhimento dos resíduos secos e orgânicos na cidade. A divulgação dos locais e rotas de recolhimento foi feita em parceria com as rádios locais e via criação de grupo de Whatsapp. Há dias de recolhimento somente de resíduos secos e outros para orgânicos e rejeitos.
O prefeito de Seberi, Cleiton Bonadiman, informou durante o evento que são enviados ao Cigres cerca de 60 toneladas de resíduos diariamente. “Nós, cidadãos, não fazemos a nossa parte. Mandamos tudo para o Cigres sem separação”, afirma Bonadiman. Para ele, são dois grandes problemas: o primeiro é que resíduos não reciclados são encaminhados para o aterro, o qual, aumentando cada vez mais, gera o segundo, que é a dificuldade em licenciar o consórcio.
Caso não haja separação e destinação correta dos resíduos, os encargos mensais das prefeituras aumentam. Bonadiman informa que Seberi investe, por mês, cerca de R$ 50 mil em recolhimento e entrega dos resíduos. Esse valor é proporcional ao número de toneladas de resíduos enviados ao Cigres. E, portanto, se os resíduos fossem separados, com os orgânicos passando pelo processo de compostagem e os reciclados encaminhados para comercialização, seria visível a diminuição dos custos para as contas municipais.
O coordenador do projeto de extensão Willian Borba, professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UFSM-FW e integrante da comissão municipal, indica que a principal medida é não encaminhar resíduo orgânico ao Cigres. Como o consórcio não possui sistema de compostagem, os orgânicos são encaminhados ao aterro, e esta destinação é incorreta.
Em relação a isso, o professor Borba demonstra que, a partir da execução do projeto, Seberi teve uma redução média mensal de 24 toneladas de resíduos enviados ao Cigres. Isso se deve ao uso das 70 composteiras inicialmente distribuídas e de outras 130 que foram adquiridas pela população da cidade e à correta separação dos resíduos secos, possibilitando a destinação ambientalmente adequada. “Imagina se tivéssemos mais 500 composteiras na cidade, quanto resíduo orgânico poderíamos evitar de encaminhar ao Cigres?”, indaga o professor da UFSM-FW.
No decorrer do evento, o professor da UFSM-FW, Alexandre Couto Rodrigues, em conjunto com as participantes do projeto “Ações de Sensibilização ambiental através de atividades educativas desenvolvidas na sociedade”, deu orientações sobre a instalação e o manejo de composteiras para apartamentos.
Para encomendar a composteira doméstica, basta procurar a Emater em Seberi e adquiri-la pelo valor de R$ 35,00.
Texto: Julia Cervo, da Assessoria de Comunicação do Campus Frederico Westphalen