Em janeiro de 2014, um grupo de agricultores de um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que cultivava alimentos orgânicos com acompanhamento da Emater, procurou a Pró-Reitoria de Extensão (PRE) da UFSM em busca de um espaço para realização de atividades que permitissem a troca de conhecimentos, experiências, diálogos e saberes relacionados à produção orgânica. Além disso, outra demanda era ter um espaço para comercializar os produtos oriundos de sua produção.
A partir de então, foram acolhidos pela Instituição, por meio de um projeto multidisciplinar, do qual participavam os agricultores, técnicos da Emater, professores, técnico-administrativos e estudantes da UFSM. As atividades se desenvolveram em diversos espaços, englobando a participação em seminários, palestras, encontros nas unidades de produção das famílias de agricultores participantes e visitas a outras cidades que trabalham com agricultura orgânica.
A partir disso, tornou-se fundamental a realização de uma feira da produção orgânica devidamente regulamentada. Para isto, UFSM e Emater orientaram os agricultores no encaminhamento dos trâmites necessários para obtenção do cadastro de produtor familiar orgânico no Ministério da Agricultura (Mapa) para estarem autorizados para a venda direta ao consumidor e em feiras, nos termos da Lei 10.831.
Durante essa caminhada, muitos diálogos foram sendo estabelecidos, uma vez que o coletivo cresceu e contava com a participação de agricultores de Santa Maria e das cidades vizinhas, o que de certa forma trouxe algumas dificuldades para o andamento das ações, principalmente pelo aspecto da distância entre as unidades de produção para as visitas regulamentares.
Decidiu-se então que os processos de encaminhamento dos cadastros junto ao Mapa seriam feitos em cada localidade. Assim, o grupo de Santa Maria, na época constituído por cinco famílias de agricultores, obteve o seu registro em setembro de 2017, que culminou com a realização da 1º edição da feira de orgânicos de Santa Maria, a Feira Ana Primavesi, no Espaço Multiuso da UFSM.
Hoje, a feira ocorre no espaço localizado na cobertura da ponte seca, nas proximidades do Restaurante Universitário, todas às quartas-feiras, a partir das 10h. A escolha do nome Ana Primavesi é uma homenagem à professora pioneira nos estudos em agroecologia na UFSM e no Brasil.
Por ocasião do aniversário, neste mês de setembro, o coletivo escolheu ouvir seus parceiros consumidores e descobriu que, para eles, a feira é um lugar de cooperação, sustentabilidade, com alimentos livres de venenos e produzidos com amor.
Para comemorar os dois anos, estão sendo realizadas atividades especiais. Na próxima quarta-feira (18), às 10h30, acontecerá oficina de culinária saudável, e no dia 25 de setembro, a partir das 10h, atividades especiais, com degustação de lanches e sorteio de uma cesta de produtos orgânicos.