Na manhã desta sexta-feira (13), microchips foram instalados em dez cavalos no Hospital Veterinário Universitário (HVU). A ação visa cadastrar e monitorar os animais vítimas de abandono e maus tratos, em uma parceria entre o Centro de Reabilitação de Equinos da UFSM e Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Santa Maria. O município é o primeiro do interior do Rio Grande do Sul a realizar esse tipo de procedimento.
O material adquirido através de um fundo do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema) irá cadastrar cerca de 1,5 mil animais, com o objetivo de obter dados sobre a saúde do animal, o endereço, o proprietário e informações sobre vacinação. Com a criação de um banco de dados, as informações poderão ser acessadas no aplicativo “C7 – Equídeos”, desenvolvido dentro da Universidade Federal de Santa Maria pelo professor Enio Giotto, coordenador do Laboratório de Geomática da UFSM.
A ação torna Santa Maria a primeira cidade do interior a realizar esse tipo de procedimento em animais e contempla os objetivos de um projeto desenvolvido desde 2015 pelo centro de reabilitação equina da universidade. De acordo com o coordenador, professor Marcelo Soares, o projeto visa receber, tratar e recuperar animais vítimas de maus tratos que são encaminhados ao HVU. “O processo de microchipagem é da secretaria municipal do meio ambiente. Aqui, possuímos animais que foram recolhidos e que estão sendo tratados e, neste momento, vão servir como um início desse processo”, explica o professor.
Na fase de testes, os dez cavalos que receberam os microchips ficarão cerca de quarenta dias sob avaliação técnica, para monitorar as ações do material no organismo dos animais. O chip, que possui o tamanho de um grão de arroz, é colocado no pescoço do cavalo e, segundo os especialistas, não prejudica a qualidade de vida do animal.
Conforme o médico veterinário da prefeitura, Alexandre Caetano, a aplicação dos microchips no restante dos animais da cidade está prevista após o encerramento da quarentena com os primeiros microchipados. “Pretendemos anunciar quais são os locais que nós estaremos fazendo a microchipagem eletrônica. Em um primeiro momento, vamos aguardar que essas pessoas tragam seus animais para serem identificados. Se não funcionar nessa maneira, vamos abordá-los no trânsito para realizar o procedimento”, afirma Caetano.
Aprovado em 2017 pela Câmara de Vereadores de Santa Maria, o projeto é coordenado pela Coordenadoria de Bem-Estar Animal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Santa Maria e financiado pelo Condema. Juntos, buscaram no Hospital Veterinário Universitário uma parceria para conter o crescimento de maus-tratos e abandonos de animais nas vias. De acordo com a secretária municipal do meio ambiente, Sandra Rebelato, o valor total do investimento nos microchips é de aproximadamente 20 mil reais.
Reportagem e fotos: Pablo Iglesias
Edição: Davi Pereira