Neste domingo, dia 26 de maio, acontecerá uma edição especial do Viva Campus em alusão aos 30 anos do Ipê Amarelo. A Unidade de Educação Infantil completou três décadas no dia 24 de abril. A comunidade escolar já se reuniu para confraternizar na data, mas os festejos vão se estender ao longo do ano.
No segundo semestre, nos dias 5, 6 e 7 de agosto, a unidade realiza, em parceria com o Centro de Educação, o evento “Uma história compartilhada de educação e formação na UFSM: 50 anos do Centro de Educação e 30 anos do Ipê Amarelo”.
Histórico
O Ipê Amarelo é resultado de uma demanda que surgiu por parte dos servidores da UFSM para a criação de um local que pudesse atender seus filhos. Em 1973, iniciaram-se as obras de construção da creche Ipê Amarelo. A inauguração só aconteceu 16 anos depois, em 24 de abril de 1989. A unidade estava, na época, sob a responsabilidade da Pró-Reitoria de
Assuntos Estudantis.
Em 2002, o Ipê Amarelo passou a ser um projeto de ensino, pesquisa e extensão do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) do Centro de Educação (CE) da UFSM. Essa configuração, que permanece até hoje, faz com que o acesso, antes restrito a filhos de servidores da Universidade, torne-se aberto a toda a comunidade.
Atualmente, o Ipê Amarelo acolhe 111 crianças, na faixa etária de 4 meses a 5 anos e 11 meses, sendo que 60% delas permanecem na unidade em tempo integral. As crianças são divididas em sete turmas nos turnos da manhã e da tarde, totalizando 14 turmas. As categorias são berçário I (4 meses a 1 ano), berçário II (a partir de 1 ano até 2 anos) e outras cinco turmas multi-idades (crianças de 2 a 5 anos). Cada turma conta com dois
professores responsáveis (um professor federal concursado e um professor contratado), além de graduandos dos cursos de Pedagogia e Educação Especial.
A professora do Centro de Educação e atual diretora da Unidade de Educação Infantil Ipê Amarelo Viviane Ache Cancian explica que as turmas multi-idades fazem parte de uma proposta metodológica ousada que o Ipê Amarelo desenvolve com o objetivo de aproximar ao máximo as crianças do convívio que elas têm fora do ambiente escolar.
“Dentro do Ipê nós temos o privilégio de ter a formação inicial, os
alunos de graduação circulando aqui e compreendendo a realidade do saber docente. Além disso, temos também a formação continuada dos professores”, relata. Semanalmente os professores se reúnem para realizar o planejamento das atividades com base nas demandas das crianças. Os bolsistas de graduação também recebem instruções
de formação a cada 15 dias.
Daliana Löffler, formada em Pedagogia na UFSM e atualmente professora concursada no Ipê Amarelo, responsável por uma das turmas de berçário, destaca a importância da formação continuada de professores e da troca de saberes com os alunos da graduação. Ela acredita que esse é o principal diferencial da escola. “O Ipê Amarelo é um espaço para a gente desconstruir e reconstruir saberes, especialmente em relação à docência”, destaca.
O filho de Emily Valcarenghi passa pelo período de adaptação em uma das turmas de berçário. A mãe conta que apesar do pouco tempo, já pôde perceber que o Ipê Amarelo é diferente da escola que o filho frequentava antes. “As professoras e funcionárias tiveram uma postura muito acolhedora e a estrutura também é muito boa”, afirma.
O processo seletivo para ingresso no Ipê Amarelo é realizado anualmente. Os critérios para participar da seleção são que os pais residam ou trabalhem em Santa Maria e que as crianças pertençam à faixa-etária estipulada. Após o encerramento do período de inscrições, é realizado um sorteio público para preenchimento das vagas que são geradas a
partir da saída de crianças que completam seis anos de idade e se encaminham para o ensino fundamental.
Espaço de ensino, pesquisa e extensão
Por estar dentro da Universidade e ser um projeto vinculado ao Centro de Educação, o Ipê Amarelo se configura como um espaço que vai além do ensino e abrange também a pesquisa e a extensão. O ambiente é compreendido como um espaço formativo e de aliança entre a teoria e a prática.
Viviane acredita que a consolidação do Ipê Amarelo como um espaço que une a pesquisa, o ensino e a extensão qualifica o trabalho desenvolvido.
De acordo com a diretora, cerca de 50 alunos de diferentes cursos circulam diariamente pela escola. Além dos acadêmicos dos cursos de Pedagogia e Educação Especial, alunos dos cursos de Desenho Industrial e Arquitetura projetam os móveis utilizados nas salas de aula. Outros graduandos, dos cursos de Educação Física e Medicina, também se utilizam do local para ampliar suas experiências durante a faculdade.
A Unidade de Educação Infantil Ipê Amarelo firma-se como espaço de pesquisas e local onde se desenvolvem projetos de extensão. As pesquisas contribuem para a produção do conhecimento e a extensão funciona como mecanismo para a socialização desses conhecimentos.
Texto: Bruna Eduarda Meinen Feil, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Matheus Santos Rodrigues, acadêmico de Relações Públicas, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti