A Associação de Técnicos de Nível Superior (Atens/UFSM) promoveu, na tarde desta quinta-feira (14), no auditório da Coordenadoria da Qualidade de Vida do Servidor (CQVS), roda de conversa sobre feminicídio.
Foram convidadas as delegadas Débora Dias e Elizete Shimomura, que estão à frente da Delegacia da Mulher em Santa Maria. A atividade seguiu as discussões do dia 8 de março, comentado sobre estatísticas, leis e possíveis soluções para o tema.
No evento, as delegadas apresentaram as definições de feminicídio, os tipos de violência contra a mulher, além das medidas preventivas contra os agressores. Ainda foram discutidos os dois casos de feminicídio que já ocorreram em Santa Maria em 2019.
O Brasil se encontra no 5º lugar no ranking de países com maior número de mortes violentas de mulheres no mundo. Segundo a Agência CNJ de Notícias, em 2018 ocorreram 4461 casos de feminicídio, um aumento de 34% em relação a 2016. Só no Rio Grande do Sul foram 99 casos.
Em Santa Maria, no ano de 2017 ocorreu um caso de feminicídio. Em 2018, foram dois casos. Neste ano, até agora, ocorreram dois casos de feminicídio, ambos no mês de março.
Segundo a titular da Delegacia da Mulher de Santa Maria, Débora Dias, a Lei do Feminicídio ajuda na questão da visibilidade para o problema. “A lei não ajuda a combater, infelizmente não vai resolver nenhum problema, porque a questão do feminicídio é cultural. Mas ajuda com a visibilidade, e também o autor do crime vai ficar mais tempo preso, porque a pena é de 12 a 30 anos de prisão”, comentou.
A delegada acredita que trazer a palestra para a UFSM contribui para a visibilidade e conscientização do problema. “Acho que estamos em um momento bem complicado no Brasil em termos de violência, então, quanto mais se falar e debater dentro da comunidade, melhor”, apontou Débora.
Em relação a crimes que ocorram na UFSM, entre alunos, ela diz que nada impede que sejam relatados tanto na Ouvidoria da Universidade como na Delegacia da Mulher. Débora ainda indica que, ao menor sinal de violência ou abuso, o certo é fazer a denúncia para que não termine em
feminicídio.
Texto: Laura Coelho de Almeida, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Fotos: Bruna Eduarda, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti