A UFSM vai receber nesta quinta-feira (14) e sexta-feira (15) o “TÃO TÃO 10 ANOS” , projeto de circulação comemorativa de 10 anos do espetáculo de dança contemporânea “Tão longe, tão perto, tão perto, TÃO…” da Ânima Cia de Dança, de Porto Alegre. O projeto realiza a remontagem de “Tão longe, tão perto, tão perto TÃO…” e ações pedagógicas, ambas de forma gratuita em cada cidade contemplada.
O projeto vai circular este ano pelas cidades de Santa Maria , Bagé, Pelotas e Caxias do Sul. As atividades pedagógicas se dividem em oficinas, debates com o público e com convidados e a exibição de um documentário sobre a trajetória de Eva Schul, diretora da Ânima Cia de Dança, que em 2019 comemora 70 anos de vida e 55 anos de carreira. Ela dirige o espetáculo protagonizado pelas bailarinas criadoras Renata de Lélis e Viviane Lencina.
Em Santa Maria, a programação está dividida em diversas atividades no Campus da UFSM. O Espetáculo “Tão longe, tão perto, tão perto TÃO …” será apresentado em duas sessões na quinta (14) e na sexta (15), às 19h, no Teatro Caixa Preta (anexo ao prédio 40). A programação completa inclui oficina de dança contemporânea no espaço Multiuso, debates, e exibição do documentário sobre a trajetória de Eva Schul.
O projeto é uma realização da Ânima Cia. de Dança e Tão Tão Produções Culturais, com financiamento é do Fundo Pró-Cultura RS.
Relações humanas em movimento
Tão longe tão perto, tão perto, TÃO…” é um espetáculo de dança contemporânea que flerta com as linguagens do teatro e da performance. A peça utiliza como instalação cenográfica uma casa translúcida onde as bailarinas Viviane Lencina e Renata de Lélis se relacionam. Vemos na poética dos corpos em movimento, questões intrínsecas ao humano, a relação intensa e delicada entre duas mulheres, um amor e suas complexidades, onde ora se busca o encontro, ora há a necessidade de afastamento. A diretora Eva Schul, um dos mais importantes nomes da dança no país, orienta a montagem de “Tão longe, tão perto, tão perto, TÃO…”, convidando o público a espiar através das frestas e transparências da casa cenográfica, tornando-se voyeur do convívio íntimo entre elas. As criadoras buscam ressignificar a questão do amor e sexualidade, desvelando as subjetividades por baixo do vínculo afetivo entre duas mulheres.
O processo de criação
Um dos destaques do espetáculo que, no processo de pesquisa e montagem no ano de 2008, a direção foi realizada à distância. Diretora e criadoras não se localizavam sequer na mesma cidade, e durante meio ano, as tratativas e a pesquisa coreográfica eram elaboradas, ensaiadas, gravadas e depois discutidas através de diferentes mecanismos de comunicação. Desde então, o conceito de distâncias reais e subjetivas, de comunicação e de tempo, mediados pela tecnologia, alteraram-se. Isto se deu de tal forma, que não só é possível, mas muito simples conceber que aquilo que parece tão perto, logo estará longe, e aquilo que sequer imaginamos, pode não estar tão distante assim.
Informações: Creuza Barreto (Divulgação). Fotografia: Edu Rabin