A Equipe Formula UFSM vai participar entre os dias 29 de novembro e 2 de dezembro da 15ª Competição Formula SAE Brasil, que ocorre no Esporte Clube Piracicabano de Automobilismo, em Piracicaba (SP). A equipe representa a UFSM projetando, desenvolvendo, construindo, testando e competindo com veículos monopostos open-wheel.
Criado em 2004, o Formula SAE é um projeto extracurricular mundialmente conhecido que vem sendo desenvolvido pela equipe dentro da UFSM desde 2010, estimulando os alunos de engenharia a desenvolver veículos do tipo fórmula, com o intuito de participar da competição.
Hoje a equipe da UFSM conta com 30 integrantes, alunos de graduação, oriundos de praticamente todos os cursos de engenharia. O coordenador é o professor Mario Eduardo Santos Martins, do curso de Engenharia Mecânica, que conta com a parceria de dois professores orientadores: Roberto Hausen, do mesmo curso, e Fernando Bayer, do Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (Ctism).
“Todo ano, após a competição, nos reunimos e definimos os novos objetivos e metas para a próxima temporada. No nosso organograma, abaixo dos professores estão o capitão e o diretor técnico, que são responsáveis por comandar os trabalhos. Abaixo disso temos a divisão em oito subsistemas, sendo eles: aerodinâmica, freios, chassis, suspensão, manufatura, motor e elétrica. Geralmente, temos a fase de design (projeto) até abril, então iniciamos a fabricação que vai até meados de agosto e então começamos a fase de testes. Por fim temos o lançamento e a ida à competição”, aponta Carlo Rocchi, integrante da Formula na parte de Business e Manufatura, sobre o processo de construção dos veículos.
Para a fabricação, a equipe faz a maior parte possível dentro da oficina, porém sempre conta com um grande auxílio dos laboratórios da UFSM, como o Núcleo de Automação e Processos de Fabricação (Nafa), laboratórios do Ctism, Grupo de Pesquisa em Motores, Combustíveis e Emissões (GPMot) e também o Laboratório de Desenho Industrial. Além disso, há o apoio de muitos patrocinadores, que por vezes fornecem matérias-primas ou métodos de fabricação. A fase de testes é realizada na UFSM e no Kartódromo Olhos d’Água, localizado em Cruz Alta.
A Equipe Formula UFSM tem uma longa trajetória de sucesso na competição. Nos anos de 2012 e 2015, obtiveram o 2º lugar. Estar entre os dois primeiros lugares garante a participação nas competições americanas da Formula SAE. Na última competição, a equipe conseguiu o 5º lugar e neste ano buscam a primeira colocação. “Ano passado tivemos como destaque a obtenção do segundo lugar na prova de enduro, a mais valiosa da competição, que testa a resistência e confiabilidade dos protótipos”, conta Carlo.
A competição envolve a avaliação do carro em provas dinâmicas e estáticas. As provas dinâmicas consistem em aceleração, skidpad, autocross e enduro. Já as provas estáticas envolvem apresentações de projeto (design), custos e negócios (business). A cada ano aumenta o número de equipes participantes, o que torna a competitividade cada vez maior. Neste ano, a Formula SAE conta com mais de 50 equipes inscritas somente na categoria combustão. Como é a única competição da América Latina, cada vez mais participantes de outros países se inscrevem, como os da Argentina e Colômbia.
Neste ano a Formula UFSM lançou o seu 10º protótipo, o Sefton FU-19, que tem como principal diferencial em relação aos demais o extenso cronograma de testes e validação realizados. O protótipo foi lançado nesta quinta-feira (22) no hall do prédio do Centro de Tecnologia. “Neste ano otimizamos diversas peças, de maneira a extrair o máximo do veículo. Também passamos mais de 400 km no dinamômetro, para uma melhor calibração do motor, garantindo uma operação mais segura e extraindo mais potência dele”, aponta Carlo.
Segundo ele, é de extrema importância representar a UFSM na competição, dado que há somente dois representantes gaúchos na competição – a outra equipe é da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. De algumas outras regiões, como nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, há um número muito mais significativo de participantes. A construção do protótipo engloba não somente a sua fabricação, mas toda a fase de projeto, que envolve estudar ao máximo o estado da arte e as literaturas disponíveis sobre a parte que se está fabricando.
“Como resultado, temos expressivas publicações e resultados no âmbito acadêmico, como publicações em jornais especializados e também a ampla realização de Trabalhos de Conclusão de Curso pelos alunos aqui dentro da equipe. Ademais, a produção de um veículo é um exercício de engenharia, uma forma de podermos aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. A equipe é também um lugar onde aprendemos a trabalhar em grupo, dialogar, ser proativos e adotar as melhores práticas de gestão”, aponta.
Texto: Laura Coelho de Almeida, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Lucas Casali
Fotos: Divulgação