A 5ª edição do Salão de Inovação e Empreendedorismo (SIE) ocorre nesta quinta (8), às 18h, no Centro de Convenções da UFSM. O SIE contará com a participação dos seguintes convidados: Juliana Hoch; Maurício Schneider, Porã Bernardes e Paulo César Tinga. Após as explanações dos convidados, haverá, no Centro de Convenções, food trucks e apresentação da dupla Luli & Marquinhos. O ingresso para é a doação de um quilo de alimento não-perecível em benefício da ONG Banco de Alimentos.
O ex-jogador e diretor de futebol Paulo César Tinga passou pelos clubes Grêmio, Internacional, Sporting, Borussia Dortmund e Cruzeiro. Em 2016, ele assumiu o cargo de diretor de futebol do Cruzeiro e permaneceu até 2017. Após a experiência, tornou-se sócio investidor dentro do ramo imobiliário e de entretenimento, e é CEO da Sieben Tour agência de viagens. Tinga deixou o campo de futebol, um lugar que também contribuiu para lutar por uma causa social que nunca o abandonou: o combate ao preconceito racial. Em 2014, quando jogava no Cruzeiro, foi alvo de racismo e mobilizou o futebol brasileiro. Isso fez com que a CBF desenvolvesse a campanha “Somos Todos Iguais“. Atualmente, Tinga é idealizador de projetos sociais espalhados pelo Brasil que buscam combater o preconceito racial.
Em entrevista à Agência de Notícias, Tinga explicou sobre os desafios que enfrentou ao entrar no mundo do empreendedorismo.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Em toda a sua carreira você imaginava se tornar um empreendedor?
PAULO CÉSAR TINGA – Primeiramente, em toda minha carreira, se eu imaginasse que iria ser empreendedor eu estaria mentindo. Mas, no final dela, eu comecei a empreender. Nunca pensei e me vi como empreendedor. Até essa palavra nem era utilizada muito por mim. Hoje entendo que sempre empreendi desde o início da minha carreira, do natural ao nada programado.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – O que te impulsionou ao empreendedorismo?
PAULO CÉSAR TINGA – Foram as situações da vida. Cada dificuldade, oportunidade, curiosidade, cada pessoa e tudo que fui conhecendo. Sou uma pessoa que não tem 1 milhão de seguidores, mas tenho 1 milhão de conhecidos, amigos, pessoas. Sempre me interessei por pessoas e ela me despertaram muitas coisas. Fui aprendendo com cada uma delas.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Você avalia o empreendedorismo como uma necessidade ou uma oportunidade?
PAULO CÉSAR TINGA – Empreendedorismo, pra mim, é aproveitar as oportunidades. Não vejo como uma necessidade, vejo como uma oportunidade. Não vejo também como um espírito natural de algumas pessoas. Empreendedorismo tem que ter prazer também.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – O empreendedorismo pode ser uma saída em um momento de crise?
PAULO CÉSAR TINGA – Eu acho que empreendedorismo pode ser uma das saídas, mas não a única saída. Eu não acredito em uma solução única. Acho que podemos vencer e perder na vida de todas as formas. Se ganha e se perde de todas as formas, e, pelo empreendedorismo também se perde. Então não quer dizer que se você não for um bom empreendedor você não será bem sucedido.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Qual foi o seu maior desafio como empreendedor?
PAULO CÉSAR TINGA – O meu maior desafio como empreendedor foi o conhecimento, a mudança de vida. Tinha uma rotina em que as coisas sempre foram feitas para mim. Meu primeiro mercado de trabalho foi o futebol. Então, meu maior desafio foi sentar na cadeira do escritório, escutar as pessoas e aprender a fazer uma coisa que eu nunca tinha feito enquanto trabalhava só com o corpo. Minha mente era em relação à competição de futebol. Meu desafio foi sair da zona de conforto, buscar conhecimentos. Se pudesse resumir em uma frase o meu maior desafio no empreendedorismo seria: despertar o interesse por coisas novas.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Qual é a importância em participar do Salão de Inovação e Empreendedorismo (SIE) e poder falar sobre o tema em um ambiente acadêmico?
PAULO CÉSAR TINGA – Estou muito feliz em falar no Salão para vários acadêmicos, porque eu vim da prática e, depois, fui buscar conhecimento. Então, é um enorme prazer participar desse evento. Quando eu era atleta, eu tinha um desejo em voltar a estudar e estar no meio acadêmico, e isso me fez falta. Agora que estou tendo a oportunidade de falar com os estudantes e aprender com eles e também, posso transmitir um pouco da minha trajetória.
Texto: Luana Giazzon, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Maurício Dias