A engenheira química Juliana Hoch é um exemplo de como empreender no campo da ciência e da tecnologia. A fundadora da empresa Vital participará da 5ª edição do Salão de Inovação e Empreendedorismo (SIE), nesta quinta (8), às 18h, no Centro de Convenções. A empresa surgiu a partir de pesquisas de Juliana e de seu sócio ainda no ensino técnico. O propósito da Vital é de fazer a diferença no cenário da saúde e de cuidados com a pele no Brasil, ao melhorar o Sistema de Transporte de Órgãos no país, a partir da produção do ácido lactobiônico.
Em entrevista à Agência de Notícias, a empresária explicou que, para se tornar empreendedora precisou buscar conhecimentos para além da sua formação acadêmica.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Em toda a sua carreira você imaginava se tornar uma empreendedora?
JULIANA HOCH – Meu pai tem uma empresa. Eu cresci ouvindo dele que é muito mais tranquilo ser funcionário, não ter preocupações fora do horário de trabalho. Então não imaginei que me tornaria uma empreendedora. Hoje percebo que, ainda que não me imaginasse como empresária, sempre soube que seria empreendedora, ainda que dentro de uma empresa.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – O que te impulsionou ao empreendedorismo?
JULIANA HOCH – O empreendedorismo me escolheu, e não tive como negá-lo. Eu e meu sócio desenvolvemos uma pesquisa, durante o ensino médio vinculado ao técnico em Química, com o intuito de melhorar o sistema de transplantes de órgãos no Brasil. Conseguimos bons resultados com reconhecimento nacional e internacional, além de recebermos a patente do projeto paga, o que garantiu a nossa segurança para nascimento da empresa. À medida que íamos aprofundando a pesquisa, ficava mais evidente que não seria fácil desistir do empreendedorismo.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Você avalia o empreendedorismo como uma necessidade ou uma oportunidade?
JULIANA HOCH – No meu caso, foi uma oportunidade. Entretanto, acredito que possa ser ambas as coisas.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – O empreendedorismo pode ser uma saída em um momento de crise?
JULIANA HOCH – Com certeza! É um movimento natural e que deve receber um olhar atento do governo, para que incentive alternativas inovadoras.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Qual foi o seu maior desafio como empreendedora?
JULIANA HOCH – Até o momento, porque minha trajetória ainda é curta, minhas maiores dificuldades estão na gestão da empresa: contabilidade, emissão de notas, enquadramento, entre outras questões jurídicas. Como tenho formação técnica na área de Química e Engenharia de Materiais, tenho buscado me especializar nesses assuntos e buscar ajuda externa de especialistas.
AGÊNCIA DE NOTÍCIAS – Qual é a importância em participar do Salão de Inovação e Empreendedorismo (SIE) e poder falar sobre o tema em um ambiente acadêmico?JULIANA HOCH – Acho muito importante que todos tenham acesso ao tema do empreendedorismo para que conheçam as possibilidades e possam se preparar. Vejo que em outros países mais desenvolvidos, os jovens têm acesso desde cedo, e isso faz toda diferença. Além disso, para mim, é sempre enriquecedor e me fortaleço com a troca de experiências com os alunos.
Texto: Luana Giazzon, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícas
Edição: Maurício Dias