Neste cenário de incertezas, de perguntas sem respostas, e de muita intolerância, a reflexão responsável, a sensatez, a habilidade, a empatia e a inteligência são as melhores conselheiras.
Projetos sem história e sem compromisso com o presente e o futuro do País reduzem a eleição a uma disputa de um simples e perigoso projeto de poder.
É necessário ter a real dimensão da importância do equilíbrio entre os poderes executivo, legislativo e judiciário, conscientes das suas responsabilidades nacionais e constitucionais, para a consolidação da democracia.
As propostas se tornam evidentes, desvelando aos poucos os projetos, mas a insegurança permeia os sentimentos que levarão à definição do voto. Decisão legítima e cidadã, embora, em muitas situações, às custas de rupturas familiares e de amizades históricas, justamente pela passionalidade, pela falta de respeito às diferenças e de compreensão da gravidade do momento.
O debate precisa alcançar as expectativas de quem tem fome e de quem não tem emprego, acesso à saúde pública e à educação de qualidade. As versões maniqueístas do embate em curso confundem, alienam e obstruem a perspectiva de futuro de milhões de brasileiros e brasileiras.
Neste contexto, a universidade brasileira, especialmente a pública, não pode se permitir a indiferença.
Mesmo na adversidade e nas dificuldades orçamentárias, a UFSM vem cumprindo seu papel junto aos movimentos sociais, aos setores produtivos primários, aos setores empresariais e aos governos federal, estadual e municipal, em projetos de desenvolvimento regional.
Assim, é oportuno reiterar nossa permanente atenção àqueles que defendem a educação, a ciência, a democracia e o compromisso inarredável com:
1. O combate à corrupção;
2. O respeito às diferenças;
3. As liberdades individuais;
4. O investimento público em educação, ciência, tecnologia, saúde, segurança e infraestrutura, transporte público e saneamento básico;
5. A ampliação de vagas nas universidades, que proporcionam a formação de milhares de jovens e mais de 80% da pesquisa brasileira;
6. Os hospitais universitários e sua forte participação no sistema público de saúde;
7. Os projetos de desenvolvimento econômico e social;
8. Uma reforma tributária justa, incidente sobre o capital, em vez da anacrônica taxação sobre o trabalho;
9. A soberania nacional em todas as frentes, com base em investimentos públicos contínuos e crescentes.
O momento requer reflexão, serenidade, responsabilidade e tolerância para que nossas decisões e posicionamentos possam contribuir para um Brasil melhor onde a paz, a democracia, o respeito aos direitos humanos e a soberania constituam os fundamentos da nação voltada ao bem-estar e aos interesses do seu povo.
Paulo Afonso Burmann –Reitor
Luciano Schuch –Vice-reitor