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Campanha Agosto Laranja visa à discussão e reflexão sobre a esclerose múltipla



Em 30 de agosto, é comemorado o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla, uma doença neurológica, crônica e autoimune que faz com que as células de defesa do organismo ataquem o sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. Apesar de a causa da doença ainda ser desconhecida, a esclerose múltipla tem sido o foco de muitos estudos no mundo todo, possibilitando uma importante evolução na qualidade de vida dos pacientes, que são em sua maioria jovens de 20 a 40 anos. Em razão disso, acontece neste mês a campanha Agosto Laranja.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, atualmente 35 mil brasileiros são portadores da doença, e Santa Maria é a cidade com maior incidência dela, com a marca de 27 casos a cada 100 mil habitantes, enquanto que a média nacional é de 15 registros por 100 mil moradores. Especialistas atribuem o dado ao clima frio, às colonizações alemã e italiana e ao trabalho realizado pelos profissionais de saúde no diagnóstico da doença.

A esclerose múltipla não tem cura e pode se manifestar por diversos sintomas, como fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga. A cor escolhida para representar a doença, é o laranja e o mês de agosto é destinado inteiramente para eventos e atividades que possam levar reflexão e discussão do assunto.

Muitas são as áreas da saúde que se voltam para esse problema, entre elas a terapia ocupacional, que se dedica ao tratamento, desenvolvimento e reabilitação do paciente com esclerose múltipla, promovendo atividades com fins específicos para restaurar e reforçar a sua atuação, facilitando a aprendizagem de habilidades e funções essenciais para sua adaptação e produtividade.

A UFSM possui estudos e pesquisas sobre a doença. Em 2016, a professora Gabriela Trevisan, do Departamento de Fisiologia e Farmacologia, foi contemplada com o Prêmio L’Oréal Unesco para Mulheres na Ciência. A premiação foi destinada a um projeto que investiga se uma proteína encontrada no sistema nervoso central poderia desencadear a dor de cabeça e nas extremidades, sintomas dolorosos mais comuns em pacientes portadores da esclerose múltipla. Além disso, há grupos formados por alunos da Terapia Ocupacional que trabalham no apoio cognitivo e na coordenação motora de pessoas portadoras da doença no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), grupos de pesquisas que promovem rodas de conversas sobre a doença e o projeto de extensão Pasa (programa de atenção ao sócio da Apemsmar) em parceria com a Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região (Apemsmar).

Como forma de chamar mais atenção para este tema, a UFSM receberá o Simpósio Gaúcho de Esclerose Múltipla. O evento visa a ampliar informações sobre a doença, seu diagnóstico e tratamento, além de atualizar o público sobre inovações para o controle e manutenção da qualidade de vida do paciente. A organização do simpósio é da Apemsmar, com o apoio do curso de Terapia Ocupacional da UFSM. O evento, que acontece nesta sexta-feira (24), será realizado no Auditório Gulerpe, localizado no Husm.

Texto: Pablo Iglesias, acadêmico de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

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