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​Seminário visa à valorização do talian, língua surgida entre imigrantes italianos



Reconhecida como patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul e, em nível federal, como língua de imigração, o talian é um dos
idiomas falados na Quarta Colônia de Imigração Italiana, localizada na região
central do Estado. Valendo-se da sua proximidade com Santa Maria, a UFSM vai
receber nesta quarta-feira (25) o 1º Seminário Internacional Talian: Referência
Cultural Brasileira, que ocorre nos turnos da manhã e tarde no auditório do
Colégio Técnico Industrial de Santa Maria (Ctism). O objetivo é valorizar a
preservação dessa língua, assim como a história e cultura dos imigrantes e seus
descendentes.

O seminário é promovido pelo projeto de extensão Resgate Histórico-Linguístico-Cultural da Língua Talian na Quarta Colônia, o qual é
vinculado ao Ctism. Um dos palestrantes do evento será Alessandro Mocellin, que
na Itália é diretor da Academia da Língua Vêneta e vice-diretor da Academia
Bona Creansa, entidades que apóiam a realização do seminário, juntamente com a
Academia da História Vêneta. Ele também é autor e tradutor de livros na língua
vêneta e autor do primeiro manual universitário nesse idioma.

Outra atração do evento será a presença do professor Darcy
Loss Luzzatto, que é autor de diversos livros bilíngues em português e talian.
Entre eles, estão um dicionário português/talian e outro de talian/português,
além do Almanaque Talian. Luzzatto
foi um dos fundadores do curso pré-vestibular Mauá, tendo lecionado matemática
e física em alguns dos principais colégios de Porto Alegre.

A inscrição no seminário é gratuita. Para participar, os
interessados devem preencher até esta terça (24) o formulário on-line,
disponível aqui. A programação da manhã é voltada para alunos, enquanto que a
do turno da tarde tem como público-alvo professores, pesquisadores, convidados,
autoridades regionais e representantes de associações culturais.

Origem do idioma –
A língua talian surgiu espontaneamente devido à necessidade de comunicação
entre as diversas colônias de imigrantes italianos criadas no Brasil a partir
de 1870, principalmente na região Sul, como resultado das grandes convulsões de
caráter político e socioeconômico resultantes do processo de unificação da
Itália – movimento conhecido como risorgimento.
Naquela época, a península italiana era divida entre pequenos estados (cada um
com língua própria), submetidos a potências estrangeiras, e também pelos
estados pontífices, pertencentes à Igreja Católica.

Em razão das grandes realizações literárias de escritores
florentinos como Dante, Boccaccio, Petrarca e Maquiavel, entre outros, o
dialeto toscano foi o escolhido para ser a língua padrão do então nascente
estado italiano. Entretanto, esse idioma era praticamente ignorado nas outras
regiões da Itália, principalmente entre a população mais pobre. A disseminação
da língua italiana em todo o país só aconteceu no século 20, com o advento dos
grandes meios de comunicação de massa, como o cinema, o rádio e a televisão.

Os imigrantes que vieram para o Brasil falavam apenas os
dialetos de suas regiões de origem, particularmente aquelas do norte da Itália,
como o Veneto, Friuli-Venezia Giulia, Emilia-Romagna, Trentino-Alto Adige,
Piemonte e Liguria. O talian surgiu então como uma mistura do idioma italiano
padrão com os dialetos falados nessas regiões, incluindo ainda elementos da
língua portuguesa.

No Rio Grande do Sul, além dos municípios integrantes da
Quarta Colônia, o talian é falado nas regiões das três primeiras colônias,
localizadas nas atuais cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul.

Outras informações encontram-se na página do projeto no Facebook

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