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Terapia sobre o cavalo



Atividades ocorrem no Centro de EventosA
convivência com os animais é tão benéfica ao ser humano que se tornou uma forma
de terapia. As chamadas terapias assistidas por animais (TAA) têm o objetivo de
promover o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo e social, por meio da
inserção do animal na vida do paciente em tratamento.

Nesse
sentido, o Centro de Educação Física e Desportos (CEFD) da UFSM iniciou, em 1994, o projeto
Equoterapia, que tem o cavalo como mediador no tratamento de crianças com
necessidades educativas especiais. Na UFSM, a equoterapia acontece no Centro de
Eventos e é feita com diversos enfoques para cada necessidade, por meio de
quatro programas: hipoterapia, educação equestre, pré-esportivo e um programa
voltado para competições.

A
hipoterapia é voltada às crianças que necessitam de reabilitação física por
apresentarem problemas motores. De acordo com o coordenador do projeto,
professor Fernando Copetti, o movimento provocado pelos passos do cavalo se
assemelha à marcha humana. Sendo assim, o cérebro do praticante é estimulado
sensorialmente e, de forma gradual, o paciente consegue corrigir alguns
movimentos. “O olhar para o cavalo é um olhar enquanto um animal que se move.
Esse movimento é passado para o praticante, que está montado no cavalo, e
precisa se reorganizar a toda essa movimentação que o cavalo faz. Então, com os
estímulos sensoriais, de contato, de temperatura, de pressão, de reflexos, de
controle postural, tem todo um sistema nervoso e labiríntico, visual e auditivo
funcionando muito para que o praticante se mantenha em cima do cavalo”, afirma
Copetti.

O programa de educação equestre
trabalha questões comportamentais. É voltado aos praticantes que já possuem, ou
desenvolveram no programa anterior, uma maior independência, que conseguem se
manter sozinhos na montaria e interagem melhor com o cavalo. Aqui, o enfoque é
o cuidado com o cavalo, o desenvolvimento de uma rotina que inclui alimentar,
escovar o pelo e preparar os materiais para a montaria. Além da sensação de bem-estar
e auto-estima provocados pela montaria. “Não é só estar sobre o cavalo. Às
vezes, você leva seis meses para fazer uma pessoa montar no cavalo. Os
praticantes com problemas comportamentais, como autismo, podem demorar meses
para conseguir montar pela primeira vez, mas esse tempo é uma questão muito
individual e difícil de prever”, comenta Copetti.

É o caso da praticante Ana Luiza
Oliveira, de quatro anos, que possui autismo sem diagnóstico fechado. Em quatro
meses de terapia, Ana apresentou dificuldades para montar no começo, mas o pai,
Esmelindro da Cruz, já observa os avanços e comemora. “Ao chegar perto do
cavalo ela chorava muito, agora ela monta e anda. Acho a equoterapia
interessante porque ela proporciona que a Ana desenvolva foco”, afirma.

A educação equestre é indicada para crianças com
autismo, déficit de atenção, problemas cognitivos e comportamentais. Ela pode,
inclusive, tratar crianças que apresentam agressividade. “Nós tivemos um caso,
de um menino de 10 anos, que era extremamente agressivo. Ele chegava ‘arrastado’
pela mãe ao Centro de Eventos. Era um problema sério. Em cima do cavalo ele
brigava com as pessoas e cuspia. Após três meses de equoterapia, ele passou a
chegar ao Centro de Eventos, para a atividade, de mãos dadas com a mãe. Montava
e saía sem problemas. Neste caso, foi importante o trabalho da psicóloga junto
à mãe, ao menino e à equipe. Por isso a equoterapia é um trabalho
multiprofissional e interdisciplinar”, conta o professor.

Já o programa pré-esportivo, voltado
para competição, é para praticantes que possuem autonomia, ou seja, não
necessitam dos cuidados de uma equipe. Os praticantes podem fazer cavalgadas e
praticar hipismo. O foco é a interação social.

A equipe multiprofissional que compõe o
projeto é formada por acadêmicos e profissionais de Educação Física, Terapia
Ocupacional, Fisioterapia, Pedagogia, Psicologia, entre outras áreas. No
entanto, para fazer parte da equipe, é necessário cursar uma Disciplina
Complementar de Graduação (DCG) ofertada pelo curso de Educação Física intitulada
“Fundamentos da Equoterapia”.

Os praticantes de equoterapia na
UFSM são selecionados por edital, que é lançado semestral ou anualmente,
dependendo da disponibilidade de vagas. As turmas são compostas por
aproximadamente cinco crianças. A seleção prioriza atender famílias que possuam
baixa renda.

Texto: Paola Brum, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Coordenadoria de Comunicação Social

Fotos: Raquel Elise de Moraes, acadêmica de Desenho Industrial, bolsista da Coordenadoria de Comunicação Social

Edição: Ricardo Bonfanti

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