A prática de esportes nas
escolas costuma ser dificultada pela falta de espaço físico e materiais
apropriados, mas existem profissionais que buscam inovar e trabalhar da melhor
forma com o que lhes é dado. Esse é o caso da mestranda do curso de
Educação Física da UFSM Cícera Andréia de Souza,
idealizadora do projeto “Ping-pong na quadra”, primeiro lugar do
Prêmio Petrobrás de Esporte Educacional de 2014.
Cícera esteve entre os alunos
e servidores homenageados pela Reitoria da UFSM nesta segunda-feira (22), no Espaço Multiuso. Na ocasião, foram entregues
certificados a quem recebeu premiação em eventos acadêmicos em 2014, como forma
de reconhecimento da Universidade. Confira a notícia aqui.
O trabalho de Cícera foi
desenvolvido junto aos alunos de Educação Física do educandário em que
trabalhava, a Escola Básica Estadual Dr. Paulo Devanier Lauda. A ideia surgiu a
partir da necessidade de colocar o que vinha sendo estudado em prática.
“Eu
vinha desenvolvendo um trabalho junto com meus alunos sobre esportes com
raquetes, mostrando para eles práticas esportivas como tênis, ping-pong e
frescobol. No entanto, a realidade da escola na qual trabalhava não contemplava
espaço físico nem materiais apropriados para a prática, normalmente a gente
realizava o estudo mais a partir do plano teórico do
que propriamente pela prática. Pensando nesse problema, eu reuni os materiais
que eu dispunha, cones, fitas, bolinhas e raquetes de ping-pong, para criar um
jogo que intitulei de ‘Ping-pong na quadra’. Não tínhamos mesas de ping-pong,
então a prática se desenvolveu na quadra mesmo”, relata.
A ideia do Prêmio Petrobrás
de Esporte Educacional é divulgar ações que desenvolvam o esporte educacional,
e que, acima de tudo, sejam ideias simples, de fácil reprodução. Entre 1,3 mil
trabalhos inscritos, o de Cícera foi escolhido. O prêmio, no valor de R$ 50
mil, foi aplicado em melhorias na escola. “Eu mesma coordenei o projeto,
construímos uma pista de caminhada, quadra de areia de voleibol, pintamos as
nossas quadras que há bastante tempo não eram pintadas, colocamos as goleiras e
postes que não tinha. Uma das quadras adaptamos para a prática do voleibol e, é
claro, para o tênis”, explica.
Segundo a professora, a
atividade criada vem sendo realizada em outros contextos, inclusive em outros
estados, e adaptar este jogo possibilita ao menos um conhecimento prévio sobre
as práticas esportivas com raquetes, o que amplia o conhecimento dos alunos,
mesmo que a escola não possua condições materiais para tal. “É claro que
isso não justifica a precarização dos espaços e materiais adequados. Precisamos
de melhores condições, isso é urgente”, conclui Cícera.
Mais informações sobre o projeto podem ser conferidas aqui.
Luana Mello, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Fotos: arquivo pessoal