Nesta sexta-feira (24), foi
realizado, no Theatro Treze de Maio, um concerto didático do projeto
Orchestrarium – Incubadora de Coros e Orquestras Infantojuvenis. A orquestra
composta de crianças e jovens dos 6 aos 24 anos se apresentou para um público
formado por familiares dos alunos e por crianças de diversas escolas públicas
de Santa Maria. O concerto fazia parte da programação cultural da 29ª Jornada
Acadêmica Integrada (JAI).
A apresentação foi extremamente
interativa com o público, pois o espetáculo já começou com os integrantes da
orquestra sentados nas cadeiras reservadas à plateia. Ao longo de uma narração
teatral e lúdica que duas professoras do projeto realizavam, o público foi estimulado
a responder perguntas, cantar e dançar ao som da música tocada pelas crianças e
adolescentes do Orchestrarium. O repertório do concerto misturava temas
eruditos e música popular.
O projeto Orchestrarium tem o
objetivo de ensinar crianças, adolescentes e jovens adultos a tocar
instrumentos de orquestra. Mas não somente isso. Um outro grande objetivo é
também integrar o aluno ao grupo, integrá-lo à sociedade e mostrar uma
realidade com mais possibilidades para o seu futuro.
Idealizado pelo professor Marco
Antônio Penna, do curso de Música da UFSM, o projeto começou nas escolas Pão
dos Pobres e Providência, cujos alunos participavam das atividades do projeto
no turno da noite. Hoje as aulas acontecem de segunda a sexta, de manhã e à
tarde, e nos sábados pela manhã, em um espaço cedido pela igreja Assembleia de
Deus no bairro Alto da Boa Vista. O espaço consiste em um salão e quatro salas
de aula.
O grupo iniciou suas atividades em
abril de 2013 com 15 alunos. Hoje possui 80 membros, dos quais cerca de 40 se
apresentaram nesta tarde. A coordenadora do projeto, Mírian De Agostini
Machado, conta que a demanda de alunos já é tão grande que o espaço cedido já
não é mais suficiente, pois às vezes os alunos chegam a ter aulas no banheiro e
na cozinha.
O grupo vai aumentar, pois entre os
dias 1° e 20 de dezembro as inscrições estarão abertas para quem quiser
participar, independentemente das suas condições financeiras. A coordenação não
avaliará somente o aluno, como também a família de cada um. E o projeto tem
ainda a ideia de ampliar o limite máximo de idade com a qual trabalha, de 24
anos para 25, ou talvez mais.
No começo, o grupo só tinha
instrumentos que foram doados pela Orquestra Sinfônica de Santa Maria ou por
amigos dos coordenadores. Hoje alguns alunos, por meio de arrecadação de cada
família, já possuem seus próprios instrumentos.
Segundo Mírian, os resultados desse
projeto está na mudança de vida que os alunos obtiveram, tanto com relação às
famílias, quanto com relação ao futuro dos integrantes do Orchestrarium. Os
coordenadores e professores não dão apoio apenas ao aluno, eles dão assistência
às famílias, vão na casa de cada um e conhecem a realidade de cada criança ou
adolescente.
O que eles mais prezam é a superação
dos alunos, tanto na música quanto na vida. “Tinha uma menina no início
que queria ser balconista de supermercado, essa era a ambição dela, hoje ela fala
que quer fazer faculdade de Música, e é isso que paga o nosso trabalho.”
disse a coordenadora.
Os interessados em colaborar com o
projeto podem obter mais informações, e também ver fotos e vídeos, na página www.facebook.com/orchestrarium.
Texto e fotos: Sabrina Cáceres, aluna de Jornalismo e
bolsista da Agência de Notícias da UFSM
