Os quatro meses da tragédia da boate Kiss foram lembrados na manhã desta segunda-feira (27) no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O espaço ao lado do Planetário ganhou 242 girassóis, mesmo número de vítimas da tragédia, para um “manifesto de valorização à vida”.
Com apoio da UFSM, a homenagem às vítimas foi organizada pelo Movimento dos Girassóis, que surgiu a partir da iniciativa de moradores e entidades de Camobi. A flor escolhida é simbólica. “O girassol é forte, vibrante, e quando não tem sol, eles se voltam uns para os outros. A ideia é que os jovens também se voltem uns para os outros, porque Santa Maria tem que continuar”, explica Mira Araújo, integrante do grupo.
Para o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria, o simbolismo do girassol precisa ser exemplo. “Devemos permanecer juntos, irmanados na solidariedade”, salientou Aderbhal Alves Ferreira.
O reitor da UFSM, Felipe Müller, que acompanhou a homenagem juntamente com o vice-reitor, pró-reitores, professores, estudantes e demais participantes, afirmou que é preciso, gradativamente, transformar lembrança em força, inclusive para os cerca de 28 mil alunos da Universidade. A tragédia vitimou 117 estudantes da Instituição.
O momento foi de, novamente, buscar uma retomada. Integrante de um grupo teatral de Camobi, o ator Ricardo Paim recepcionou os participantes caracterizado como um português do início do século passado. “Queremos trazer um pouco de alegria”, disse.
Durante o ato, o pastor Vilson Regina, capelão da Ulbra, lembrou que é necessário superar o luto e transformar a dor em memória às vítimas. “Santa Maria precisa novamente plugar a tomada na vida”, enfatizou.
Duas canções encerraram a homenagem. Ana Negrello interpretou “Gracias a la vida”, e Beto Pires, acompanhado de integrantes do Grupo Cuíca e de palmas dos presentes, cantou “Santa Maria”. Um a um, os girassóis foram distribuídos.
Fotos: Mateus Karling – Acadêmico de Relações Públicas.
Repórter: Ricardo Bonfanti.