A criação de um curso de Informática na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi cogitada, pela primeira vez, em 1977. O surgimento dos chamados minicomputadores, na década de 1980, ajudou a impulsionar esse projeto. Porém, a criação de novos cursos estava limitada, na época, devido à redução de recursos recebidos pela Universidade para esse fim.
Mesmo assim, em 1989, o engenheiro mecânico Cláudio Rocha Lobato, juntamente com os professores do Departamento de Eletrônica e Computação, do Centro de Tecnologia, Nilza Venturini Zampieri e Francisco Amaral Wendt, criaram o Curso Livre de Formação Superior em Informática. Essa foi a introdução do curso de Informática na UFSM. Ainda no mesmo ano, criou-se uma edição de um curso de especialização com duração de um ano, que contou, nas duas edições posteriores, com o financiamento da International Business Machine (IBM).
No vídeo abaixo, o professor Francisco Amaral Wendt comenta sobre o período que antecedeu a criação do curso de Informática na UFSM.
Na época em que o curso de Informática foi criado, apenas quatro professores dividiam-se para lecionar as cadeiras para os estudantes no curso. O professor Cláudio Lobato, por exemplo, conta que chegou a lecionar dezesseis cadeiras para a primeira turma do curso, que se formou em 1993. Para os alunos se interessarem mais pelo desenvolvimento individual da profissão, criou-se a cadeira de empreendedorismo, que tinha como propósito ajudá-los em seus futuros negócios. Em 1995, o Ministério da Educação (MEC) reconheceu o curso e, em 2000, o MEC determinou que o Curso de Informática iria se chamar Ciência da Computação.
Atualmente, o curso de Ciência da Computação é coordenado pelo engenheiro eletricista e professor Benhur Stein, que iniciou sua gestão em 2010. Ele conta que a última alteração feita pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) foi a criação do curso de Sistemas de Informação no começo de 2009 e o curso de Engenharia da Computação foi no 2º semestre do mesmo ano. Segundo Benhur, “ainda há muito que desenvolver, pois com o aumento do número de vagas, os recursos não evoluíram concomitantemente, pois estruturas laboratoriais projetadas para trinta alunos precisam abranger oitenta”. Em contrapartida, Benhur diz que o currículo do curso é aperfeiçoado a cada oportunidade.
O professor Cláudio Lobato comenta que, em geral, os jovens egressos não ficam em Santa Maria para desenvolver seus trabalhos: eles geralmente saem da cidade ou do país para procurar oportunidades nas suas áreas. Para o professor, “Santa Maria tem todos os elementos para ser um Vale de Silício de softwares, porém o serviço na informática é ainda muito acanhado na cidade”. Apesar disso, espera que Santa Maria se torne um polo de desenvolvimento de tecnologia. Lobato coordenou o curso na década de 90.
Repórteres:
Nathieli Cervo e Leonardo Cortes – Acadêmicos de Jornalismo.
Edição:
Luciane Treulieb.