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Laureado por dedicação à terra



Vindo de Silveira Martins, da comunidade de Val de Buia o professor doutor Celso Aita, filho de pequenos agricultores acompanhava o trabalho dos pais na lavoura. Essa vivência logo despertou o seu interesse no cuidado com a terra para preservar aquele recurso natural que providenciava o sustento familiar. Celso estava entre fazer medicina ou agronomia, no entanto, sua vocação era trabalhar na terra, para ajudar os pais no manejo das lavouras de subsistência.

Já na Agronomia da UFSM, teve a oportunidade de conhecer o prof. Antonio Carlos Guedes do setor de olericultura, onde trabalhou sob sua orientação como bolsista durante os dois últimos anos de graduação, o que influenciou na escolha para a sequência da sua vida acadêmica, optando pela pesquisa. Em 1982, ingressou no curso de Pós-Graduação em Biodinâmica e Produtividade do Solo da UFSM para realização de mestrado, o qual foi concluído em 1984. Durante este período recebeu bolsa de estudos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (EMPASC, atualmente EPAGRI), tendo trabalhado na Unidade de Chapecó, SC, até julho 1986, quando realizou concurso na UFSM, sendo aprovado na área de Microbiologia do Solo.

Sobre sua Linha de Pesquisa

Ao ingressar no Departamento de Solos da UFSM em julho de 1986, Celso Aita reiniciou os estudos envolvendo o uso de leguminosas como adubos verdes para retomar o tema de pesquisa já introduzido na UFSM pela prof. dra. Ana Maria Primavesi na década de 1960. Os trabalhos conduzidos tinham como objetivo a proteção do solo da erosão e o fornecimento de nitrogênio ao sistema via fixação biológica de N pelas leguminosas.

Iniciou, na mesma época, os trabalhos com o uso de dejetos de animais como fonte de nutrientes às culturas. O objetivo era o de facilitar a ciclagem de nutrientes dos dejetos de suínos e bovinos no solo, além de minimizar o impacto ambiental negativo desses dejetos. Tais estudos continuam até hoje, com forte enfoque ambiental.

Em 1993, foi para França fazer o doutorado no INRA (Institut National de La Recherche Agronomique) na cidade de Laon, próxima a Paris, onde estudou a dinâmica do carbono e do nitrogênio durante a decomposição de resíduos orgânicos no solo. O professor concluiu seu doutorado no final de 1996 e reassumindo suas atividades na UFSM.

Um dos projetos atuais destacados pelo prof. Aita está sendo conduzido em parceria com outras instituições de ensino e pesquisa do RS e de SC. Trata-se de um trabalho em rede, com financiamento do CNPq, envolvendo pesquisadores da UFSM, UPF, UDESC, UFRGS, EMBRAPA/Suínos e Aves e FEEVALE, além da empresa MEPEL. Um dos resultados já alcançados por este trabalho em equipe foi o desenvolvimento de uma máquina para injetar os dejetos líquidos no solo, em lavoras de plantio direto. Além da injeção dos dejetos no solo, o grupo está avaliando no projeto o uso de inibidor de nitrificação e a compostagem automatizada de dejetos de suínos.

O prêmio O Futuro da Terra, oferecido pelo Jornal do Comércio em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) e que distingue os pesquisadores que dedicaram suas carreiras ao crescimento do setor primário, estudando temas relacionados ao agronegócio e à preservação do meio ambiente foi conquistado em 2012 pelo prof. Aita. De acordo com a Fundação, a escolha é feita com base na avaliação do conjunto da obra do pesquisador, seu currículo e importância do trabalho para o setor primário. O prof. Aita foi premiado na categoria Novas Alternativas Agrícolas e recebeu o troféu o futuro da terra na Expointer. O projeto em rede foi aprovado no edital REPENSA. Sua multidisciplinaridade é uma nova forma de consolidar novas tecnologias e qualificar qualquer trabalho.

 “É altamente motivador contribuir na formação de alunos nos diferentes níveis e a gente vibra com a motivação deles em nos ajudar, além de destacar que não se conquistaria prêmio algum se não tivesse a participação efetiva de um grupo grande de alunos participando ao nosso lado da geração de conhecimento e, ao mesmo tempo, se qualificando.” – comenta o professor Celso Aita.

Repórteres:

Karohelen Dias e Leonardo Cortes – Acadêmicos de Jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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