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40 anos da Biblioteca Central: um prédio cheio de histórias



“Ao estudante dedicamos nosso trabalho, verdadeira chave para a utilização eficiente dos livros e da Biblioteca. Que os livros possam abrir tua mente para novos caminhos do saber, trazendo-te satisfação nos estudos, e mais tarde, na vida profissional, eles sejam fonte preciosa de informações e prazer intelectual.”

Há 40 anos, Selene Bernardi Parreira iniciava com essas palavras seu discurso na inauguração do prédio da Biblioteca Central Manoel Marques de Souza, Conde de Porto Alegre. Era um domingo, 3 de setembro de 1972, e foi nesse dia que Selene, a diretora pioneira da Biblioteca Central (BC), recebeu a comunidade universitária pela primeira vez.

A ex-diretora, que faleceu no início deste ano, será relembrada e homenageada juntamente com todos aqueles que marcaram a história da Biblioteca numa solenidade de comemoração de aniversário de 40 anos, que acontece na segunda-feira (3), às 10 horas na BC.

Passado

A UFSM foi criada em 1960 e logo houve a necessidade de organizar um espaço para reunir os materiais bibliográficos dos cursos que já estavam em andamento: Farmácia, Medicina, Odontologia, Medicina Veterinária, Agronomia, Belas Artes, Politécnica, Filosofia, Ciências e Letras.

De 1960 a 1971, a Biblioteca Central funcionou junto à Administração Central, no centro da cidade. Nesse meio tempo, o campus da UFSM começou a ser construído no Bairro Camobi. O curioso é que, nos primeiros planos urbanos da cidade universitária que foram apresentados em 1962, não estava prevista, em nenhum local no campus, a construção de uma Biblioteca Central. Isso, porém, foi modificado nas plantas posteriores e a Biblioteca Central acabou sendo construída junto à avenida Roraima entre os anos 1969 e 1971. Existem alguns relatos históricos que contam que o prédio da Biblioteca se tornou “a menina dos olhos” dos arquitetos, pois foi o que mais agradou aos autores do projeto da Cidade Universitária por ser considerado uma edificação simples, porém expressiva.

A transferência da Biblioteca Central do centro para o campus aconteceu em 1972, e aquele evento em que a diretora Selene discursou contou também com a presença de diversas autoridades locais e foi presidido pelo então reitor, professor José Mariano da Rocha Filho.

Com o passar do tempo, algumas mudanças foram sendo feitas buscando a melhoria no atendimento aos leitores: a partir de 1978, houve a substituição do sistema de acervo fechado para acesso livre às estantes – isso só foi possível devido à contratação de pessoal especializado, já que, até então, os trabalhos técnicos e administrativos eram exercidos por pessoas sem formação biblioteconômica.  Também houve mudanças na ocupação do espaço físico, proporcionando melhor distribuição do acervo nas estantes. E, no início da década de 1990, foi iniciado o processo de informatização do acervo, possibilitando melhorias na catalogação do material. Nesse procedimento, foram testados dois sistemas: o SAB2 e o Sistema Bibliotech. Atualmente, as bibliotecas da UFSM adotaram o Sistema de Informação para o Ensino (SIE), transferindo os dados de sua base bibliográfica para o novo sistema.

Presente

No terreno em frente à biblioteca, onde antes existia um estacionamento, está armado um grande canteiro de obras em que operários, engenheiros e arquitetos trabalham, desde 2010, para ampliar a área de acervo da biblioteca.

A rotina no interior do prédio da Biblioteca Central, no entanto, seguiu a mesma apesar da obra. De segunda a sábado, a BC disponibiliza mais de 500 mil exemplares, entre livros, folhetos, periódicos, trabalhos acadêmicos, mapas, cd-rom,  partituras, audiolivros, DVDs, CDs, até fitas cassetes, disquetes e discos de vinil. O público principal da biblioteca é a comunidade universitária, mas a comunidade em geral também tem a possibilidade de aproveitar este espaço, porém só para consulta local da bibliografia, não podendo levar emprestado o material.

Os livros existentes na biblioteca abrangem temas de todas as áreas do conhecimento que sejam de interesse dos seus usuários. Sendo assim, a comunidade pode participar da escolha de novos títulos, sugerindo títulos através de duas formas: pela página da biblioteca no site da UFSM, onde está o link para que qualquer usuário dê sugestões ; e pelo SIE, no módulo da biblioteca, no módulo aquisição.

A diretora da BC, Lizandra Arabidian, conta que para a direção é muito importante essa participação dos leitores na decisão de novas aquisições: “Nós temos uma campanha que fazemos sempre no início do ano de sugestões de livros. Além disso, é encaminhado todo início de ano um memorando para as coordenações de cursos informando os procedimentos de como adquirir material bibliográfico”. 

As aquisições de novos livros são feitas durante todo o ano, através de pregões. A diretora Lizandra salienta que é prioridade do setor de aquisições atender à bibliografia básica de cada curso, até porque isso conta nas avaliações do MEC. Ela destaca que, para que isso possa acontecer, é importante que as bibliografias básica e complementar dos cursos estejam atualizadas nos PPCs (Projetos Pedagógicos de Cursos).

Atualmente, além da Biblioteca Central, a UFSM conta com 12 bibliotecas setoriais, sendo que o único Centro que não conta com uma setorial é o CCS (toda a bibliografia da área de Saúde está na BC).

Segundo a bibliotecária Débora Floriano Dimussio, “essa é uma política de acervo que a gente não tinha antes: fortalecer as bibliotecas setoriais para que o aluno tenha um acesso facilitado e não tenha que se deslocar. Para que consigamos isso, contou bastante o fato de termos bibliotecários em cada uma das setoriais, que foi um ganho que aconteceu a partir de 2009, graças ao Reuni”.

Mesmo com esse incremento das setoriais, as bibliotecárias sempre tomam o cuidado de manter dois ou três exemplares de cada livro na BC, por causa do seu horário de atendimento, que é mais amplo que o das demais.

Futuro

Cada vez há mais material bibliográfico chegando às estantes da BC, e esse foi o principal motivo para a necessidade de ampliação da área da Biblioteca: a falta de espaço para o acervo. A ideia é que depois que a reforma e a ampliação estejam terminados, todo o acervo esteja unificado e melhor distribuído em um só andar: o subsolo.

Segundo a diretora Lizandra: “a gente vai aumentar o lugar para o acervo, mas o objetivo final é que o leitor se sinta bem estando aqui, que a biblioteca seja um grande lugar para “estar’’.

A ampliação da área de acervo faz parte da obra do Reuni, que é para edificações novas. Para Alberto Brilhante Wolle, arquiteto responsável pela reforma, “com certeza, quando terminarem a construção, já vão querer voltar os olhos para o prédio antigo”.

Nesse segundo momento, vão ser feitas a reforma e a reestruturação do prédio onde a biblioteca funciona atualmente. Com os espaços liberados – o da Caixa, que já saiu; e também o do curso de Arquitetura, que nesse momento está em tratativas com a Reitoria para a construção do novo prédio – vai poder ser feita a readequação de necessidades da biblioteca.

O arquiteto explicou que isso vai permitir uma boa folga de área para poder desenvolver um trabalho de reformulação do prédio antigo, atendendo todas essas questões de fluxograma, funcionalidade, questões de segurança, e também a questão de acessibilidade de toda a comunidade. A verba já existe para essa segunda parte da obra, porque a Caixa fez uma doação que deve ser investida na reforma da biblioteca, preferencialmente em obras destinadas à cultura.

O arquiteto Alberto exemplifica: “nós poderíamos investir grande parte desse dinheiro para transformar o hall da biblioteca num espaço cultural de exposições, vernissages, lançamentos de livros, um café, ou seja, um espaço condizente com a cultura que a biblioteca armazena”. Além dessa doação, também existe uma verba da Universidade que foi destinada a isso.

Pode parecer contraditório que o número de exemplares na biblioteca venha se expandindo tanto atualmente, mesmo que a “morte” do livro em seu formato tradicional venha sendo anunciada por alguns escritores e pesquisadores já há alguns anos. Mas a diretora Lizandra não estranha: “eu não acredito que as novas tecnologias vão substituir o livro, elas provavelmente se aliem a ele”. Na BC, já se pode notar essa aliança: o catálogo e o atendimento ao usuário (empréstimo, renovação, pesquisa ao acervo) são online. Além disso, existem alguns materiais com textos completos para download na página. Também as redes sociais já foram adotadas para levar informação ao usuário: Facebook e Twitter, além do e-mail (biblio@mail.ufsm.br) que existe para tirar dúvidas e receber sugestões.

A bibliotecária Débora lembra que existem teses e dissertações que também estão online, além do portal eletrônico de revistas. “A universidade está em vias de adquirir e-books”, conta diretora Lizandra. “Estamos em contato com as empresas para ver sobre as disponibilidades. Mas sei que há muitas pessoas que não gostam, que preferem o papel”. Esses leitores, os mais “tradicionais”, não precisam se preocupar: segundo o arquiteto Alberto, para a ampliação foi feita uma projeção de crescimento de acervo da Biblioteca para mais 40 anos. Ou seja: se depender da BC, não faltará espaço para acrescentar novos títulos, novas histórias, conhecimento e cultura nas suas prateleiras.

Repórter:

Luciane Treulieb.

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