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Espaço para boas histórias



 

A primeira universidade do Brasil foi fundada no ano de 1920, na cidade do Rio de Janeiro. A maior parte dos estudantes universitários era composta por jovens oriundos da classe média brasileira. No decorrer do século XX, o ensino superior foi se expandindo pelo país. Principalmente a partir da década de 1950, foram criadas no Brasil inúmeras faculdades e universidades. No artigo “O foco da resistência ao regime militar no Brasil”, o cientista social Renato Cancian afirma que, em 1945, 27.253 brasileiros frequentavam a universidade. Já, em 1962, esse número havia passado para 107.299.

Entre outras consequências do crescimento do ensino superior, derivou a movimentação constante de grupos de jovens entusiasmados pela oportunidade de aprender. Mobilizados, esses jovens foram protagonistas em importantes momentos da história do Brasil.

O início do movimento estudantil de Santa Maria

Na Universidade Federal de Santa Maria, o movimento estudantil teve seu início antes mesmo da federalização, com a criação da Federação dos Estudantes Universitários de Santa Maria (FEUSM), em 1961. Esse era o órgão máximo de representação dos estudantes universitários da cidade. No âmbito estadual, essa instância era reconhecida na FEURGS – a Federação dos Estudantes Universitários do Rio Grande do Sul.

A denominação das entidades estudantis foi alterada pela Lei nº 4.464, de 9 de novembro de 1964, conhecida como Lei Suplicy. A partir da publicação dessa lei os Centros Acadêmicos passaram a se chamar Diretórios Acadêmicos (DA’s) e as Federações se transformaram em Diretórios Centrais de Estudantes (DCE’s).

Ao longo de sua trajetória, o DCE da UFSM sempre esteve envolvido nos movimentos sociais em prol da justiça, da igualdade e da liberdade para a sociedade brasileira. Muitos dos líderes que hoje representam Santa Maria e região nos parlamentos e assembleias legislativas do Rio Grande do Sul e do Brasil iniciaram suas atividades políticas no Diretório Acadêmico.

Entretanto, muitos fatos que marcaram a história da UFSM e de seu Diretório Central de Estudantes ficaram armazenados apenas na memória dos envolvidos e das testemunhas. Pouco se fez no sentido de organizar e conservar o acervo documental e fotográfico do DCE. No ano de 1992, Glaucia Vieira Ramos Konrad, professora do curso de Arquivologia da UFSM, realizou um trabalho de organização do arquivo da entidade. Nos anos seguintes, não houve continuidade ao projeto por parte das gestões diretoras do DCE. Apenas em 2011, 19 anos depois do trabalho executado por Glaucia, as atividades de organização do acervo foram retomadas.

 

 

Um projeto para reviver histórias e conservar memórias

Coordenada pela professora Rosani Beatriz Pivetta, a turma de Arranjo e Descrição II do Curso de Arquivologia da UFSM realizou, no primeiro semestre de 2011, um estudo preliminar das necessidades a serem sanadas para que se torne possível a organização e a conservação do arquivo do DCE. Despois disso, as acadêmicas Geisi Graziane Goularte Antonello e Carla Saldanha da Silva, atualmente no 7º semestre do curso, decidiram que a entidade seria também o espaço onde realizariam as atividades de seu estágio obrigatório. O trabalho de organização foi iniciado, efetivamente, no segundo semestre do último ano.

Por não ter sido formalizado, o projeto ainda não conta com apoio financeiro de nenhuma natureza. Segundo Geisi Antonello, o Departamento de Documentação e o curso de Arquivologia têm auxiliado no projeto através do fornecimento de caixas, canetas, fita adesiva e folhas de papel almaço.

Aos 22 anos, a estudante considera fundamental que o arquivo do DCE esteja organizado, devidamente conservado e à disposição da comunidade santa-mariense. Para ela, boas e importantes histórias estão resguardadas nos documentos e fotos que contam a história do movimento estudantil de Santa Maria. “Observei algumas coisas que me chamaram a atenção. Como nos casos das manifestações pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor, das bandas que precisavam da autorização do Exército Brasileiro para tocar na boate do DCE. Além de documentos de quando foi abolido da UFSM o pagamento de taxas dos cursos e protestos pela qualidade do transporte público de Santa Maria ainda antes dos anos 1990”, relata Geisi.

 

 

Orgulho das conquistas, respeito pelas lembranças

Geisi, assim como Carla, espera que as atividades iniciadas em 2011 tenham continuidade e apoio de toda a Universidade. “O acervo hoje se encontra em situação precária, pois não temos boas condições físicas e o espaço destinado ao arquivo é impróprio”. O pouco espaço disponível, a umidade resultante das infiltrações no prédio da sede central do DCE, a falta de ventilação e de luminosidade adequada colaboram para que a conservação do arquivo não seja realizada de maneira adequada.

A estudante, porém, é otimista em relação ao futuro do projeto: “Até o fim de nosso trabalho almejamos deixar o acervo mais acessível e que as atividades sejam continuadas por acadêmicos que tenham interesse”. Conservar a memória do Diretório Central dos Estudantes da UFSM significa ressaltar a importância das ações dessa entidade para a Universidade. Se depender de Geisi e Carla, as histórias de luta do DCE serão armazenadas com dignidade em um espaço apropriado.

Repórter:

Fernanda Arispe – Acadêmica de Jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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