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Da burocracia à roda de samba



 

Todos os processos administrativos da Universidade Federal de Santa Maria, como pagamentos de bolsas, licitações e licenças, passam pela Divisão de Protocolo do Departamento de Arquivo Geral. É lá, no andar térreo do prédio da Reitoria, que Antonio Carlos Flores trabalha de segunda a sexta desde 1993, ano em que passou no concurso para assistentes administrativos da UFSM.

Antonio tomou posse de seu cargo de servidor da Universidade, no Centro de Ciências Naturais e Exatas, o CCNE. Mas no mesmo dia foi informado que seria remanejado para o Protocolo, por se encaixar mais com a atividade que ele desempenharia. De lá pra cá, já foram18 anos de trabalho em meio aos documentos e processos.

Fazia dois anos que Antonio já desenvolvia sua função, quando resolveu se especializar. A ideia inicial do santa-mariense, que tinha 31 anos na época, era estudar Economia. Mas um colega de trabalho sugeriu a ele o curso de Arquivologia, uma vez que ele já trabalhava com a organização de arquivos. Antonio confessa que no início resistiu à ideia. “Mas depois eu pensei bem e acabei fazendo vestibular para o curso. E para a minha surpresa eu acabei passando, em quarto lugar!”, conta orgulhoso, ele que já havia tentado outros vestibulares em outras áreas, mas devido às reprovações, havia abandonado o sonho do curso superior.

O fato de trabalhar no meio facilitou o andamento da faculdade para Antonio, que agregou o conhecimento técnico à prática que já desenvolvia. Mas ele não parou por aí. Após concluir a faculdade em 1999, o próximo passo foi a pós-graduação em Controladoria e Finanças, finalizada em 2002.

Mas não é só em meio às questões administrativas envolvendo a Universidade que Antonio vive. O menino nascido na Boca Monte demonstrou seu interesse pela música ainda criança. Trompetista da Banda Marcial do Colégio Manoel Ribas, aos 12 anos, ele quis expandir seu conhecimento musical, e pediu a um amigo que lhe ensinasse a tocar cavaco, um sonho antigo. Foi Marcão do Trompete o amigo que proporcionou a Chuca, como Antonio é conhecido entre os amigos, não só o aprendizado sobre o instrumento; mas também a aproximação com o samba, gênero musical pelo qual se apaixonou.

Os amigos que levaram a Antonio essa paixão foram os mesmos que, anos depois, fundaram a escola de samba santa-mariense Unidos do Itaimbé, na qual ele tocou pelos anos seguintes. Aos poucos, Chuca foi perdendo o contato com a escola, mas nunca deixou o samba. Ele passou pelo grupo de choro Velhos Seresteiros, tocou sozinho informalmente nos bares da cidade, e hoje o auxiliar administrativo tem seu grupo próprio: o Som de Cristal.

 

 

Atualmente, Antonio, que não bebe há 14 anos, e não fuma há três, leva uma vida dupla, dividida entre as obrigações do trabalho com as responsabilidades no Protocolo, e as divertidas rodas de samba que anima, cerca de duas vezes por semana em vários bares da cidade, número que aumenta agora no final do ano. Antonio do Protocolo, como é conhecido na UFSM, ou simplesmente Chuca, hoje é separado e tem duas filhas: Melissa, de 23 anos, e Vitória, de 15.

As autuações dos processos administrativos, as chamadas “capas verdes” entre os entendidos do assunto, são cerca de 20 mil durante o ano. Os sambas que ele sabe de cor, mais de 200. Dono de uma simpatia nata, Antonio se mostra uma pessoa prestativa e gentil, e leva com enorme satisfação essa rotina puxada entre documentos e acordes.

Repórter:

Natascha Carvalho – Acadêmica de Jornalismo.

Edição:

Lucas Durr Missau.

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