No terceiro dia da Jornada Acadêmica Integrada da UFSM, a palestra de abertura com o tema “A proteção do conhecimento sensível e as redes sociais” foi ministrada pelo dr. Robertson Frizero, Oficial da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN). Frizero, que é graduado em Ciências Navais, aperfeiçoado em Administração de Sistemas Navais pelo CIAW e especialista em Ensino e Aprendizagem de Línguas Estrangeiras, palestrou no Salão Imembuí, no 2º andar do prédio da Reitoria.
Andréa Ortis – Quais atividades você desempenha na Agência Brasileira de Inteligência?
Robertson Frizero – A ABIN tem superintendências em todos os estados da federação, e eu sou Oficial de Inteligência da ABIN, na Superintendência do Rio Grande do Sul. A função da Agência é assessorar a Presidência da República. No meu caso específico, eu trabalho no Programa Nacional de Proteção ao Conhecimento Sensível. Esse programa visa assessorar órgãos públicos, universidades, centros de pesquisa que produzam conhecimento sensível relevante para o país. É um programa pedagógico que ensina as pessoas a lidar com o conhecimento sensível e, essa palestra faz parte deste programa. Então, o programa tenta trazer para as pessoas a reflexão, ensiná-las a proteger seu conhecimento sensível.
A. O. – Tu tens vários perfis em redes sociais. Por que, em nenhum deles, tu citas teu envolvimento com a Agência de Brasileira de Inteligência?
R. F. – O meu acesso às redes sociais está relacionado a outro trabalho, que é da área literária. Então, eu acabo usando o Facebook e o Twitter para divulgar os meus livros, minhas oficinas de literatura, portanto, eu não vinculo as redes sociais com meu trabalho na ABIN. É interessante que os usuários pensem qual é o perfil da rede social. É um grande problema, quando um profissional, que é reconhecido por determinada área, acaba usando a rede social para outras funções. Então, por exemplo, um grande advogado pode ter um perfil como advogado, e outro para a família, amigos, ou seja, para divulgar informações que não irão interferir no lado profissional dele. Eu só tenho um perfil, e uso ele para divulgar minha carreira nas letras.
A.O – As redes sociais não afetam tua vida pessoal?
R. F. – Eu tenho buscado usar as redes sociais com certa parcimônia. Então, eu divulgo apenas informações relativas à minha vida literária, e eu tendo a divulgar o mínimo possível a minha vida pessoal. No Facebook, eu não tenho colocado fotos da minha família. São cuidados que a gente pode e deve ter no nosso dia a dia. Na minha palestra, eu sempre coloco que não acho que o uso das redes sociais seja um problema que deva ser evitado. Muito pelo contrário, a gente não tem para onde ir. É só saber como usar, que informação se vai colocar nas redes sociais, e, sobretudo, saber quais informações estão disponíveis. Isso ajuda também a não sofrer um ataque de um engenheiro social, por exemplo. A questão não é participar ou não das redes sociais. O importante é saber que informações minhas estão sendo veiculadas nas redes sociais, e de que maneira nós podemos controlar isto. Nós estamos na era da interação, então, não tem como fugir disto.
A. O – E o teu gosto pela literatura, surgiu quando?
R. F. – O meu gosto pela literatura é antigo. Eu comecei minha carreira na Marinha e, durante muito tempo, eu fui adiando. E agora, muito recentemente, eu consegui, finalmente, dar uma guinada profissional na literatura. Fiz o meu mestrado em Letras na PUCRS, e agora estou começando, efetivamente, uma carreira literária. Mas, é um gosto antigo. Gosto muito de ler e minha maneira de expressão é a literatura. Agora os resultados estão aparecendo.
Repórter:
Andréa Ortis – acadêmica de Jornalismo
Edição:
Lucas Dürr Missau