O Departamento de Zootecnia da UFSM desenvolve desde 2008 programa de extensão que auxilia comunidades terapêuticas para dependentes de substâncias psicoativas em Itaara e Dom Pedrito. Em 2009, o projeto foi aprovado pelo Programa de Extensão Universitária (PROEXT/2009) e passou a receber recursos que permitiram a ampliação das atividades. Com o título “Implantação de tecnologias agronômicas, florestais e zootécnicas para a sustentabilidade e geração de renda de comunidades terapêuticas voltadas para o tratamento de dependentes de substâncias psicoativas”, o programa tem o objetivo de dar apoio técnico e estrutural para a melhoria e ampliação do sistema de produção animal e vegetal das instituições envolvidas.
Segundo o documento que explica o programa de extensão, as comunidades terapêuticas são normalmente dependentes de recursos públicos e de doações. Essa forma de financiamento é na maioria das vezes insuficiente. Com o objetivo de compensar essa situação, as instituições desenvolvem atividades na área de produção animal e agrícola. Além de proporcionar subsistência e gerar renda, a produção também faz parte do tratamento dos residentes como terapia ocupacional.
O zootecnista Juarez Felisberto, servidor técnico-admnistrativo da UFSM e coordenador executivo do programa, explica que a ideia do projeto veio a partir de uma visita que ele fez ao Instituto Desafio Jovem Salmo 23 de Apoio Social (IDJ) localizado em Itaara. Entre outras carências, Juarez observou que as instalações para criação de porcos e galinhas eram inadequadas. “A partir daí comecei a propor um projeto que auxilie o instituto com recursos técnicos, materiais e com pessoal”, diz o servidor. Juarez planeja dedicar-se ainda mais ao instituto depois que se aposentar.
Em Dom Pedrito, o programa desenvolve ações na Comunidade Terapêutica RETO Esperança da Vida (CTREV) com o apoio da Universidade Federal do Pampa (Unipampa). O coordenador geral do projeto, que tem apoio da Pró-reitoria de Extensão, é o professor do curso de Zootecnia, Arlei Bonet de Quadros.
Ações desenvolvidas
Além do apoio técnico dado por Juarez Felisberto, pelo professor Arlei Bonet de Quadros e pelos bolsistas Wagner Luís Martins, do curso de Medicina Veterinária e Pedro Rogério Campos, do curso de Agronomia, o forte apoio estrutural proporcionado às instituições também caracteriza o programa. No IDJ, o programa é responsável pela construção de uma estrutura para caixa d'água, com o objetivo de otimizar a distribuição em toda a comunidade terapêutica; pela construção de uma estufa para a produção de frutas, verduras e plantas medicinais; pela ampliação e adequação das pocilgas a partir de um modelo ecologicamente correto (proporciona conforto aos animais e reaproveita material orgânico) e pela construção de uma estrutura para a criação de aves em sistema de semi-confinamento e confinamento. Em agosto deste ano, foi iniciada a produção de aves com 225 pintos peito duplo e 325 pintos tipo caipira para corte, e 175 pintos tipo caipira para a produção de ovos. Edson Silveira de Ávila, diretor do instituto, diz que a ajuda prestada pela UFSM é fundamental para o funcionamento da comunidade.
Ao contrário do IDJ, que fica mais próximo de Santa Maria e recebe de três a quatro visitas por semana da equipe responsável pelo programa, o CTREV recebe da UFSM basicamente aporte estrutural. Entre eles, estão a confecção de dois tanques-solo e um açude para a piscicultura, nos quais já foram introduzidos carpas e jundiás; o plantio de 300 mudas de videiras destinadas à produção de suco e comercialização in natura e a construção das instalações para criação de caprinos, que está em andamento. No CTREV, a Unipampa, em parceria com a UFSM, presta apoio técnico e acompanha as atividades.
Repórter:
Vítor Dornelles – Acadêmico de Jornalismo.
Edição:
Lucas Durr Missau.