No dia 16 de setembro, o Comando Nacional de Greve (CNG) da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas e Federais (FASUBRA) deliberou a construção da saída unificada da greve. A decisão levou em consideração principalmente as dificuldades enfrentadas por vários Comandos Locais de Greve (CLG) na mobilização e manutenção da greve. O Comando Nacional de Greve também destacou a importância do esforço coletivo na construção da saída unificada da greve e a necessidade de manter a unidade durante as próximas etapas da luta. A votação contou com representantes de todos os CLG e a proposta de construção da saída unificada da greve foi aprovada por ampla maioria de votos.
Em consonância com essa deliberação, o Comando Nacional de Greve também propôs a busca pelo fim da greve a partir da próxima segunda-feira, dia 26 de setembro. Essas decisões foram levadas às bases com orientação para que fossem realizadas assembleias para avaliar localmente a saída unificada da greve. A partir das decisões tomadas nessas assembleias, devia ser enviado à FASUBRA um Informe de Greve, feito por cada um dos Sindicatos componentes da Federação.
Na UFSM, a Assembleia de Greve aconteceu ontem (22), no Auditório Gulerpe, localizado no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM). Após os informes nacionais e locais, a leitura da proposta de saída unificada da greve, os depoimentos dos participantes da caravana que foi a Brasília, houve inscrições para a avaliação do movimento grevista. Ao mesmo tempo em que alguns servidores consideravam iminente o fim da greve, outros reiteravam que a saída unificada não estava sendo imposta pelo Comando Nacional e que cabia a eles a decisão final. Loiva Chansis, da coordenação geral da ASSUFSM, esclareceu para a Assembleia: “Houve uma orientação do Comando Nacional de Greve, mas a orientação não significa que nós temos que acatar. Essa decisão vai sair daqui, da nossa unidade”. E ressaltou: “Se a maioria das universidades optar pela saída, aí sim, saímos unificados”.
A proposta de saída unificada da greve foi colocada em votação na Assembleia e a maioria dos servidores técnico-administrativos da UFSM votou contra. Optou-se pela manutenção da greve. Na segunda-feira (26), acontecerá outro encontro, onde a decisão será avaliada novamente.
A greve dos funcionários da UFSM iniciou há mais de 100 dias. Um dos principais motivos do movimento grevista é a defesa da saúde pública. Entre as causas da ASSUFSM, sindicato dos servidores técnico-administrativos, estão a oposição à criação de fundações para gerenciar os hospitais universitários, a manutenção do atendimento através do SUS e o investimento em saúde. A defesa da educação pública também está entre as causas que deflagraram a paralisação. Os técnico-administrativos lutam para que o governo aplique 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na área, realize concursos públicos para a contratação de funcionários, negocie o reajuste salarial e valorize a categoria.
Repórter:
Camila Marchesan Cargnelutti – Acadêmica de Jornalismo
Editor:
Lucas Dürr Missau – Jornalista