Ir para o conteúdo PET Ciência da Computação Ir para o menu PET Ciência da Computação Ir para a busca no site PET Ciência da Computação Ir para o rodapé PET Ciência da Computação
  • Acessibilidade
  • Sítios da UFSM
  • Área restrita

Aviso de Conectividade Saber Mais

Início do conteúdo

Tratamento

Neste espaço são apresentados os esquemas terapêuticos utilizados para sífilis, que são instituídos de acordo com a classificação clínica da doença.


Para evitar a sífilis congênita, o tratamento da pessoa gestante após apenas um teste reagente é fundamental. Cada semana sem tratamento é mais tempo de exposição e risco de infecção para o concepto. Na sífilis gestacional, a benzilpenicilina benzatina é segura e a melhor opção para o tratamento, o qual deve ser garantido com celeridade e adequadamente registrado no prontuário e na caderneta de pré-natal. Essas ações oportunas ajudam a impedir que a criança recém-nascida passe por intervenções biomédicas desnecessárias que podem colocá-la em risco, além de comprometer a relação genitor-bebê.


Classificação de sífilis adquirida e sífilis em gestante

Estágios da sífilis

Tempo após a exposição

Manifestações clínicas

Recente

Primária

10 a 90 dias (média de 3 semanas)

Cancro duro (úlcera genital).

Linfonodos regionais

Secundária

6 semanas a 6 meses após a cicatrização do cancro duro*

Lesões cutaneomucosas (roséola, placas mucosas, sifílides papulosas, sifílides palmoplantares, candiloma plano, alopecia em clareira, madarose).

Micropoliadenopatia.

Linfadenopatia generalizada.

Sinais constitucionais.

Quadros neurológicos, oculares e hepáticos.

Latente recente

Até 1 ano de duração

Assintomática.

Tardia

Latente tardia

Mais de 1 ano de duração**

Assintomática.

Terciária

Entre 1 e 40 anos

Cutâneas: lesões gomosas e nodulares, de caráter destrutivo.

Ósseas: periostite, osteíte gomosa ou esclerosante, artrites, sinovites e nódulos justa-articulares.

Cardiovasculares: estenose de coronárias, aortite e aneurisma da aorta, especialmente da porção torácica.

Neurológicas: meningite, gomas do cérebro ou da medula, atrofia do nervo óptico, lesão do sétimo par craniano, manifestações psiquiátricas, tabes dorsalis e quadros demenciais, como o da paralisia geral.

*Manifestações iniciais, recorrentes ou subentrantes do secundarismo podem ocorrer em um período de até 1 ano. Excepcionalmente, as lesões podem surgir em concomitância com a manifestação primária. Aproximadamente 25% dos pacientes não tratados intercalam lesões de secundarismo com períodos de latência.

**Em caso de ausência de sinais e sintomas e tempo de infecção desconhecido, classificar como sífilis latente tardia.

(Fluxogramas IST, 2021, pg 15)


Como tratar

Estadiamento

Esquema terapêutico

Sífilis recente: sífilis primária, secundária e latente recente (com até 1 ano de evolução)

Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, via IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo).

Sífilis tardia: sífilis latente tardia (com mais de 1 ano de evolução) ou latente com duração ignorada e sífilis terciária

Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, via IM, 1x/semana (1,2 milhão UI em cada glúteo), por 3 semanas.

Dose total: 7,2 milhões UI, IM.


Em gestantes, o intervalo de aplicação entre as doses não deve ultrapassar 7 dias. Caso isso ocorra, o esquema deve ser reiniciado.


O início do tratamento com apenas um teste reagente não exclui a necessidade da realização do segundo teste (melhor análise diagnóstica), do monitoramento laboratorial (controle de cura) e do tratamento das parcerias sexuais (interrupção da cadeia de transmissão).


A benzilpenicilina benzatina é a única opção segura e eficaz para o tratamento adequado de sífilis em gestantes. Qualquer outro tratamento realizado durante a gestação é considerado tratamento não adequado. Nesse caso, a criança RN deverá ser notificada como caso de sífilis congênita e submetida à avaliação clínica e laboratorial.


A administração de benzilpenicilina benzatina pode ser feita com segurança na Atenção Primária à Saúde (APS), tanto para a pessoa com sífilis quanto para as suas parcerias sexuais.


Recomenda-se a oferta de tratamento presuntivo (independentemente do estágio clínico ou de sinais e sintomas) para parcerias sexuais de gestantes com sífilis com dose única de benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM (1,2 milhões UI em cada glúteo). Todas as parceiras devem ser testadas; quando o teste de sífilis for reagente, recomenda-se tratamento de sífilis adquirida no adulto de acordo com o estágio clínico.


Reação de Jarisch-Herxheimer

Evento que cursa com febre, cefaleia, artralgia e rash, com exacerbação das lesões cutâneas, e que pode ocorrer logo após a primeira dose de penicilina. Os sintomas melhoram em 1 a 2 dias, espontaneamente, e podem ser aliviados com sintomáticos comuns, caso necessário.


Gestantes que apresentam essa reação podem ter risco de trabalho de parto prematuro, pela liberação de prostaglandinas em altas doses. Entretanto, caso não seja feito o tratamento adequado, o risco de abortamento ou morte fetal é maior que os riscos potenciais da reação.


O que é tratamento adequado para sífilis durante a gestação?

É o tratamento que respeita os seguintes fatores, além de estar adequadamente registrado no prontuário e na caderneta de pré-natal:

  • administração de benzilpenicilina benzatina;
  • início do tratamento até 30 dias antes do parto;
  • tratamento finalizado antes do parto;
  • esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da infecção;
  • respeito ao intervalo recomendado entre as doses.

Tratamentos que não se enquadram nesses critérios são considerados não adequados.


Gestantes com alergia comprovada à penicilina devem passar por dessensibilização em ambiente hospitalar. As manifestações clínicas que justificam esse encaminhamento são reação anafilática prévia e lesões cutâneas graves, como a síndrome de Stevens-Johnson. Dor à aplicação, exantema maculopapular, prurido, cefaleia, náusea, vômito e mal estar, isoladamente, não configuram alergia à penicilina.


Quanto mais precoce o diagnóstico e o tratamento, mais rapidamente haverá diminuição dos anticorpos circulantes e consequente negativação do VDRL (ou então sua estabilização em títulos baixos).


InícioDiagnósticoMonitoramento